Eduardo cunha agora está em prisão domiciliar

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o ex-vice-governador do DF, Tadeu Filippelli, foram alvos de busca e apreensão contra um esquema de propina em troca de impostos reduzidos em combustíveis da aviação no Distrito Federal.

Os mandados foram cumpridos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com apoio da Polícia Civil do DF, na manhã desta quarta-feira (3).

Eduardo Cunha seria o intermediador do esquema entre o governo do DF e as empresas aéreas.

Segundo a investigação, entre os anos de 2012 e 2014, Eduardo Cunha teria embolsado das empresas Gol e Latam R$ 10 milhões, e Tadeu Filippelli, na época deputado federal pelo DF, R$ 4 milhões, em troca de alteração em uma lei distrital que reduziu a alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do querosene da aviação de 25% para 12%.

Apuração feita pela TV Globo revela que os valores foram recebidos por uma empresa em nome da mulher de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, e, depois, repassado para o doleiro Lúcio Funaro.

O doleiro está entre os colaboradores da investigação. Ele fez uma delação ao Ministério Público Federal (MPF), que foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, depois, compartilhada com o MPDFT.

Eduardo Cunha já foi condenado três vezes por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas e esteve preso desde 2016. No momento, o ex-presidente da Câmara cumpre prisão domiciliar devido à pandemia da Covid-19.

Em nota, a defesa de Cunha afirmou que os fatos “não guardam qualquer relação com Eduardo Cunha, são antigos, não passam de 2014” e disse ainda que “confia nas instâncias superiores do Poder Judiciário para corrigir tamanha ilegalidade”.

Já a defesa de Filippelli informou que só se manifestará após conhecer o teor dos autos.

Eduardo Cunha apoiou a candidatura de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara.

Inclusive, antes da eleição, ele vazou trecho de um livro que escreveu denominado “Tchau, querida”, onde diz que os principais articuladores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foram Michel Temer (MDB), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Baleia Rossi (MDB-SP).

O objetivo era minar a ampla aliança em torno da candidatura de Baleia Rossi, rival de Lira, e fazer com que o PT retirasse o apoio ao emedebista.

Baleia Rossi respondeu que “o ex-deputado Eduardo Cunha deveria estar mais comprometido na sua defesa, não deveria estar fazendo qualquer análise política e muito menos campanha para o meu adversário”.