A Frente Brasil Popular, a Frente Povo sem Medo, entidades sindicais e outros movimentos sociais, além de representantes de partidos de oposição, decidiram, em reunião na terça-feira (19), que o momento exige mobilizações para pressionar por vacinação, auxílio emergencial e impeachment do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Segundo Nivaldo Santana, secretário Sindical do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a decisão se deve à grave situação do país. “A crise na saúde se soma à crise econômica, criando grandes sofrimentos para o povo. A hora é de respostas firmes para enfrentar o descaso do governo”, diz ele.

Edson França, secretário adjunto de Movimentos Sociais do PCdoB e vice-presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), reforça que a mobilização popular nesse momento assume papel decisivo. “A força do povo faz a diferença quando o país se depara com situações como essa”, destaca.

Segundo ele, não é mais possível deixar de mobilizar todas as forças possíveis para que essas bandeiras essenciais ganhem concretude. “O drama do povo exige ações decididas para que esse quadro trágico comece a ser revertido”, afirma. A mobilização começa já no próximo sábado (23) com carreatas em todo o país.

Leia abaixo a síntese política da reunião da Secretaria Operativa das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo (19/01/2021)

I- Conjuntura:

a. O ano de 2021 iniciou com um agravamento das profundas crises que se acumularam ao longo de 2020. Há uma tendência de intensificação das contradições no próximo período, devido ao prolongamento da pandemia que arrastará o cenário de crise até o fim de 2021, pelo menos.
b. A situação em Manaus criou um impacto muito grande na opinião pública, ampliando o desgaste na popularidade do Governo Bolsonaro. Cresce o entendimento, inclusive entre setores da direita, de que não é possível esperar o fim do governo Bolsonaro para evitar o aprofundamento das crises sanitária, econômica e política.
c. No que tange à crise sanitária há uma demonstração inequívoca de incompetência do Governo Bolsonaro na contenção da pandemia, que se expressa na ausência de uma política de distanciamento social, na viabilização de um plano nacional de vacinação efetivo e no colapso do sistema de saúde em vários estados.
d. No que concerne à crise econômica a perspectiva é de agravamento das condições de vida do povo brasileiro, em especial pelo fim do auxílio emergencial, pela queda na renda das famílias em paralelo ao aumento do custo de vida. O fechamento das plantas industriais da Ford no Brasil indica uma aceleração do processo de desindustrialização e aponta para uma perspectiva de ampliação do desemprego.
e. Por fim, a crise política que parecia ter arrefecido com a melhora da avaliação do governo, voltou a se aprofundar. A pauta do impeachment retornou a agenda política com o agravamento da crise sanitária e econômica. Diferentemente do cenário do final de 2020, há um clima de mobilização na sociedade, tal como o panelaço realizado no dia 15/01 demonstrou.
f. De outro lado, o Governo Bolsonaro não abandona seu horizonte estratégico que busca o fechamento do regime. A ilustração mais recente dessa perspectiva é o projeto de lei patrocinado pelo Governo Federal que retira dos governadores o comando político das policias.

II- Desafios político-organizativos das Frentes:

a. Unidade: Fortalecer espaços unitários que aglutinem os movimentos populares e possam unificar os setores organizados da classe em âmbito nacional, estadual e local, condição fundamental para evitar a dinâmica de dispersão de iniciativas.
b. Plenária Nacional: Convocar uma ampla plenária nacional com representantes das organizações integrantes das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, Campanha Fora Bolsonaro, Fórum das Centrais, Campanha Brasil pela Democracia, entre outras iniciativas. A plenária será realizada virtualmente no dia 26/01 às 9h.
c. Bandeiras de luta: Construir uma agenda de lutas, tendo como bandeiras prioritárias:
i. Enfrentamento da Crise sanitária: Vacina Já; ampliação dos recursos para o SUS, defesa das medidas de distanciamento social.
ii. Enfrentamento da Crise econômica: Retomada do Auxílio Emergencial, defesa do Programa de Proteção ao emprego; luta contra o Teto dos gatos e contra a Reforma administrativa.
iii. Enfrentamento da Crise política: Fora Bolsonaro, Impeachment Já!
d. Calendário: Organizar um calendário unificado de mobilização e agitação e propaganda.
e. Solidariedade: Organizar uma campanha de solidariedade ao povo de Manaus. Retomar as iniciativas de solidariedade que foram impulsionadas pelos movimentos populares ao longo de 2020.
f. Vacinação: Constituir uma Campanha Popular em defesa da Vacinação, estimulando a população a se vacinar.
g. Carreatas: fortalecer os atos de agitação pelo Fora Bolsonaro já agendados e convocar um dia nacional de carreatas pelo Fora Bolsonaro no próximo sábado dia 23/01
h. Comunicação: Reunir a Central de mídias para fortalecer essas iniciativas nas redes, bem como traçar uma estratégia de comunicação pelo Fora Bolsonaro.
i. Frentes: No bojo das Frentes, fortalecer a bandeira Lula Livre, frente a votação da suspeição do Moro no STF, a luta pelo adiamento do ENEM, bem como as lutas anti-racistas e anti-patriarcais.

III- Calendário
a. 23/01 – Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro – Carreatas pelo Brasil
b. 23/01 à 31/01 – Fórum Social Mundial
c. 24/01 – Dia Nacional dos Aposentados
d. 26/01 – Plenária Nacional de organização das lutas populares
e. 01/02 – Dia Nacional de Luta em defesa da Vacina para Todos e Todas, Contra a Reforma Administrativa e em defesa das estatais

Vacina Já!
Volta auxílio emergencial
Fora Bolsonaro!

 

 

 

(PL)