“Deixou de ser União Europeia”, enfatiza a porta-voz da Chancelaria da Rússia, Maria Zakharova

A União Europeia decaiu para o nível de “departamento de relações econômicas da Otan”, afirmou no sábado (9) a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.

Após sua visita à Ucrânia, o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, tuitou: “Esta guerra deve ser vencida no campo de batalha”. Comentários que, vindos de um diplomata, provocaram pronta reação de Moscou.

“Tanta coisa para ‘organização econômica’. Esta já não é a União Europeia. É apenas o departamento de relações econômicas da Otan”, escreveu Zakharova.

“Retorno com uma lista clara de coisas a fazer:1. Esta guerra será vencida no campo de batalha. Estão em curso 500 milhões de euros adicionais do #EPF. As entregas de armas serão adaptadas às necessidades ucranianas”, postou no Twitter aquele que, nominalmente, é o chefe da diplomacia do bloco europeu.

Durante a permanência em Kiev, Borrell se dispôs a ir a Bucha, a pequena cidade em que após quatro dias da retirada russa, operação de “limpeza dos colaboradores russos”, anunciada dois dias depois, e conduzida pelo recém chegado Batalhão Azov e outras gangues nazistas, provocou dezenas de cadáveres nas ruas. Vítimas dos nazistas, prontamente tornadas, pela máquina de propaganda da Otan, em “vítimas dos russos”, para reforçar a encenação aos olhos da mídia.

Após a Rússia ter aguardado por sete anos que o regime de Kiev – aliás, instaurado por um golpe notoriamente orquestrado pela CIA – cumprisse os acordos de Minsk e reiterado a exigência de que a Otan desse fim à expansão até às fronteiras russas, cuja primeira cláusula é a não anexação da Ucrânia, que deve continuar com status neutro e livre de armas nucleares e de bases estrangeiras, e não receber qualquer resposta, e perante a iminência de uma blitzkrieg ucraniana contra o Donbass, a Rússia reconheceu em fevereiro as repúblicas antifascistas de Donetsk e Lugangk, e a seu pedido iniciou uma operação militar especial para “desmilitarizar” e “desnazificar” a Ucrânia, impedir o genocídio de russos no Donbass e inviabilizar a ocupação da Otan na Ucrânia, que destruiria de vez a segurança coletiva na Europa e colocaria o mundo à beira da guerra nuclear.