Porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, general Igor Konashenkov. (foto: Maxim Shipenkov/EFE)

O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, general Igor Konashenkov, chamou de “banditismo” o anúncio, pelos EUA, de que suas tropas iriam manter sob ocupação os poços de petróleo no leste da Síria.

“O que Washington está fazendo agora, a apreensão e o controle de campos de petróleo no leste da Síria sob seu controle armado é, simplesmente, banditismo internacional do Estado”, afirmou em comunicado.

Ele acrescentou que o petróleo da Síria pertence apenas aos sírios, e não aos terroristas do Daesh (que a mídia ocidental chama de Estado Islâmico, EI) nem a Washington.

“Todos os depósitos de hidrocarbonetos e outros minerais localizados no território da Síria não pertencem aos terroristas do EI, e muito menos aos ‘defensores americanos dos terroristas do EI’, mas exclusivamente à República Árabe da Síria”, afirmou o porta-voz militar russo.

Para Konashenkov, “a verdadeira causa dessa ação ilegal dos Estados Unidos na Síria está longe dos ideais que Washington proclama e dos slogans do combate ao terrorismo”.

O porta-voz russo também apresentou imagens de satélite que mostravam que os EUA estavam contrabandeando petróleo sírio para outros países sob a proteção de suas tropas, antes e depois da derrota do Daesh.

O chefe do Pentágono, Mark Esper, asseverou que o deslocamento de tropas para as áreas de petróleo seria para evitar que caíssem “em mãos erradas”. Assim, a retirada anunciada por Trump não incluiu abandonar o assalto ao petróleo – o que deve ser por uma questão de princípio.

Segundo Esper, o contingente inclusive seria aumentado para até 1000 soldados e incluiria “forças mecanizadas”, isto é, tanques e blindados. Questionado, ele admitiu que não existia “no momento” ameaça alguma contra as áreas de petróleo.

O próprio Trump veio a público esclarecer que mãos seriam certas, do ponto de vista de um mafioso lotado na Casa Branca. Disse que iria convidar “a Exxon”, ou outra petroleira da casa, para tocar o negócio em terra alheia.

Conforme a Reuters, Trump asseverou que pretendia “fazer um acordo com a ExxonMobil ou uma das nossas grandes empresas para entrar lá e fazê-lo como deve ser… e espalhar a riqueza” . “O petróleo é tão valioso, por tantas razões”, filosofou. “Primeiro, alimentou o EI. Segundo, ajuda os curdos – porque basicamente foi retirado aos curdos… E, terceiro, pode ajudar-nos, porque também deveríamos poder ficar com algum”, acrescentou Donald Trump.