Projéteis de 155 mm com gás mostarda em depósito do Pentágono no Colorado

A Embaixada russa na capital norte-americana emitiu um comunicado em que lembrava a Washington que os EUA continuam sendo “o único país do mundo que não destruiu seu impressionante arsenal de armas químicas”, compromisso assumido pelo então presidente Bush Pai em 1991 e ainda por concluir duas décadas depois.

A manifestação dos diplomatas russos foi em resposta a carta divulgada pela embaixada norte-americana em Moscou, cobrando “esclarecimentos” sobre o “envenenamento de Alexey Navalny” com “novichok”, também enviada à Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq).

Como é notório, exceto para os adeptos dos padrões duplos, Navalny, ao passar mal durante um voo, foi socorrido após um pouso de emergência por uma equipe médica russa que salvou sua vida. A pedido da família, e com autorização dada por Moscou, uma equipe de resgate médico estrangeira levou-o em seguida para a Alemanha, que posteriormente acusou a Rússia pelo ‘envenenamento’.

O suposto envenenamento não foi detectado no hospital de Berlim para onde ele foi levado e, sim, por um laboratório militar alemão.

Para aumentar o suspense, a mídia internacional vazou há pouco tempo que a equipe de resgate foi convocada para a tarefa no dia anterior a que Navalny passou mal no voo, o que sugere um caso assombroso de premonição.

Antes de deixar solo russo, Navalny foi submetido a todos os exames necessários, que estão em posse de Moscou. Já o governo de Berlim segue se negando a mostrar o que diz ser a prova de que Navalny foi ‘envenenado’, enquanto a Opaq diz que não pode mostrar, porque a Alemanha não autoriza.

Apesar do apelido de ‘novichok’ dado pela mídia imperial, vários países, entre eles os Estados Unidos e a Inglaterra, dominam a capacidade de fabricar esse tipo de agente químico. Há, inclusive, patentes para o novichok concedidas nos EUA.

Em resposta às acusações, a embaixada argumentou que a Rússia “está comprometida com suas obrigações” sob os tratados de armas químicas e, “em 2017, nosso país destruiu todos os estoques nacionais de agentes de guerra química, o que foi documentado pela Opaq”.

Em março, após tais alegações sobre o ‘novichok’, Washington decretou novas sanções contra a Rússia, e ainda teve a pachorra de instar Moscou “a se livrar do estoque de armas químicas”.

Na época, a falseta foi repudiada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que reiterou que “a Rússia declarou e destruiu de forma verificada todas as armas químicas em seu território há muitos anos e cumpriu integralmente as convenções internacionais … A Rússia não tem armas químicas”.

“A propósito”, acrescentou Peskov, “esperamos que nossas contrapartes também cumpram essas convenções”.

Quando, em 2018, o então governo Trump se meteu a dizer que a Rússia deveria “parar a corrida armamentista” em curso, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, Maria Zakharova, respondeu ironicamente. “Ótima ideia”, disse Zakharova. “Vamos começar nos livrando das armas químicas. Americanas.”

A embaixada russa em Washington enfatizou que é do interesse do mundo que Washington cumpra os regulamentos internacionais da ONU em torno do desarmamento.

“Pedimos a Washington que conclua o programa de desmilitarização química o mais rápido possível e cumpra as obrigações internacionais, tornando o mundo seguro do uso potencial deste tipo de arma”, concluiu o comunicado.