Gasoduto Nord Stream 2 passará por Rússia, Alemanha, Dinamarca, Finlândia e Suécia

O governo russo denunciou a política de sanções ilegais anunciada pelo Congresso dos Estados Unidos, na última quinta-feira, para aumentar a sabotagem ao avanço do gasoduto Nord Stream 2, através do mar Báltico.

Em fase de conclusão, o gasoduto gêmeo de 1.200 quilômetros de extensão levará até 55 bilhões de metros cúbicos de gás por ano da Rússia para a Alemanha, passando – além dos dois países – por águas territoriais ou zonas econômicas exclusivas da Dinamarca, Finlândia e Suécia.

“Na questão do Nord Stream 2, as sanções são nada mais que uma manifestação de concorrência desleal. Claramente, em nossa opinião, tais passos são frontalmente contrários aos princípios do comércio internacional e, além disso, ao próprio direito internacional”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. Diante da agressão estadunidense, ressaltou Peskov, “faremos todo o possível para defender nossos interesses e os interesses dos projetos comerciais internacionais”.

Na tentativa de bloquear a construção do estratégico gasoduto – que está prestes a ser finalizada -, o governo norte-americano impôs no ano passado sanções aos empreiteiros responsáveis pela colocação dos tubos de gás. A medida obrigou a empresa suíça Allseas a abandonar as obras quando faltavam apenas 150 quilômetros para a conclusão.

Ao longo da obra, as restrições atingiram mais de 120 companhias no campo da construção naval, engenharia, proteção ambiental e segurança, que estão envolvidas ou estiveram engajadas na empreitada. Diante da possibilidade do sucesso do empreendimento, as sanções estão dirigidas agora a uma variedade maior de empresas, incluídas aquelas que prestam serviços de seguros, provas, inspeção ou certificação, entre outros itens “necessários ou essenciais para a finalização do projeto”.

O gasoduto representa um investimento de 12 bilhões de euros, metade financiado pela gigante estatal russa Gazprom e a outra metade por cinco empresas europeias: OMV (austríaca), Wintershall (do grupo Basf, alemã), Engie (francesa), Uniper (alemã) e Shell (anglo-holandesa).

As sanções implementadas pelos EUA vêm sendo condenadas desde o ano passado por várias lideranças da região, como o ex-primeiro-ministro alemão, Gerhard Schroeder, para quem elas representam “um ataque” à economia europeia, “uma inadmissível usurpação da soberania da União Europeia e da segurança energética da Europa Ocidental”.