Mortes de idosos acima de 60 anos caem 90% em São Paulo após vacinação
A cidade de São Paulo registrou queda de 90% no número de mortes de idosos – com 60 anos ou mais – causadas por Covid-19 no mês de abril, segundo dados divulgados pelo governo paulista nesta quarta-feira (28).
Em março, foram registradas 3437 mortes de idosos por Covid-19. Em abril, após o avanço da vacinação deste grupo, o número de óbitos caiu drasticamente e ficou em 333. As quedas foram verificadas em todas as faixas etárias, de 60 a 69 anos, de 70 a 79, de 80 a 89 e acima dos 90 anos.
Na faixa dos 70 aos 79 anos, por exemplo, foram registradas 124 mortes em abril; o pico aconteceu em março com o recrudescimento da pandemia, quando 1303 idosos da faixa etária morreram. Em fevereiro, o total de óbitos foi de 541 e, em janeiro, 459.
Carlos Magno Fortaleza, infectologista da Unesp, aponta que a vacinação é o principal motivo da queda dessas mortes. “Todas as análises mostram que ela foi desproporcionalmente maior em idosos. Há um possível ‘confundidor’ por maior seguimento das normas de isolamento social por idosos. Mas o grande diferencial foram as vacinas. Situação semelhante se vê em profissionais da saúde: quase não houve aumento de casos e internações desses profissionais em 2021”, disse.
Embora não se tenha um estudo centralizado que monitore todos os médicos e enfermeiros imunizados, o Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou uma queda de 83% no número de médicos mortos em março em comparação com janeiro, quando os profissionais de saúde começaram a ser vacinados. Em janeiro, diz o CFM, 59 profissionais morreram no país; em fevereiro, 24; já em março, 10 médicos perderam a vida.
Como a vacinação avança vagarosamente para os demais grupos etários, o mês de abril é o mais letal no estado de São Paulo desde o início da pandemia. São mais de 17 mil mortes, contra 15.159 em março, mês que já tinha batido recorde. Esta semana, o estado voltou a registrar mais de mil mortes em 24 horas, algo que não acontecia desde o dia 20 de abril.