Como George Floyd, Eric Garner foi morto asfixiado por policial em 2014

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, exigiu aos Estados Unidos “medidas sérias” após a morte de George Floyd, o homem negro que foi assassinado selvagemente por um policial em Minneapolis, na semana passada.  “Este é o mais recente de uma longa série de assassinatos de afro-americanos desarmados cometidos por policiais e pessoas armadas. As autoridades dos EUA têm que tomar medidas sérias para pôr fim a estes crimes”, disse em Comunicado.

As enormes e diárias manifestações em dezenas de cidades dos Estados Unidos revelam “a discriminação racial endêmica que têm sido ignoradas durante muito tempo”, constatou Bachelet.

Floyd morreu por asfixia depois que um policial ficou ajoelhado sobre seu pescoço durante mais de 8 minutos, estando a vítima algemada e deitada no chão. O homem falou em reiteradas ocasiões que não podia respirar, enquanto o sujeito o mantinha preso no chão. Essa imagem foi reproduzida milhões de vezes no mundo inteiro.A ex-presidente do Chile assinalou que “este é o último de uma longa série de assassinatos de negros desarmados, cometidos por policiais estadunidenses e gente armada”.

“Lamento ter que somar o nome de George Floyd ao de Breonna Taylor, Eric Garner, Michael Brown e tantos outros afro-estadunidenses desarmados que morreram nos últimos anos pelas mãos da polícia”, afirmou.

“As autoridades  devem tomar medidas sérias para por fim a estes assassinatos, e garantir que se faz justiça quando ocorrem”, disse.

“Nos Estados Unidos, as manifestações (…) revelam não só a violência policial contra os negros como também as desigualdades no âmbito da saúde, educação e emprego e ainda a discriminação racial endêmica”, acrescentou.

“As estatísticas mostram um impacto devastador do Covid-19 nas populações de origem africana, assim como nas minorias étnicas de certos países como Brasil, França, Reino Unido e Estados Unidos”, sublinhou Bachelet.

Nos Estados Unidos, a taxa de mortalidade das pessoas positivas ao Covid-19 é duas vezes superior entre os negros que em outras comunidades, segundo  a comissária da ONU.