A historiadora Emília Viotti da Costa, de 89 anos, faleceu na manhã dessa quinta-feira (2), em São Paulo. Ela era uma das grandes referências da historiografia brasileira do período colonial, particularmente da barbárie da escravidão em nosso país.

Titular da cadeira de História da América Latina na Universidade de Yale, ela lançou, em 2001, o livro STF – O Supremo Tribunal Federal e a Construção da Cidadania.

Viotti nasceu na capital paulista e era formada pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Entre suas obras de referência estão “Da Senzala à Colônia” (1966), que trata da transição do trabalho escravo ao assalariado na zona cafeeira paulista, “Da Monarquia à República”, “A Abolição”, “Coroas de glória, lágrimas de sangue”, entre outras obras.

Em “Coroas de glória, lágrimas de sangue”, Viotti retratou de uma rebelião de escravos na Guiana, então colônia inglesa, no ano de 1823.

Emília Viotti foi uma combatente contra a ditadura militar dentro da USP, e por isso foi aposentada compulsoriamente pelo regime militar em 1968. Foi presa política. Jamais deixou de apoiar as greves da universidade.