Vencedor do 1º turno à Presidência do Equador, Andrés Arauz repudia continuísmo do banqueiro Lasso

“O desmantelamento da saúde pública, com a demissão de seis mil servidores, comprometeu a vacinação no Equador e agora cobra o seu preço em mortes”, afirmou o economista Andrés Arauz, candidato à presidência do Equador nas eleições de 11 de abril, em debate, segunda-feira (8), na Associação Equatoriana de Radiodifusão (ERA).

Em cadeia nacional com a participação de 369 emissoras de rádio, Arauz alertou para a gravidade do momento atual em que, oficialmente, o número de mortes supera as 16 mil e os de contagiados o de 290 mil para uma população de 17,8 milhões. “Nosso país se encontra hoje entre os com mais perdas humanas per capta da América Latina”, lamentou o candidato da União pela Esperança (Unes).

Para combater esta triste realidade, assinalou Arauz, “nosso compromisso com a vacinação dos equatorianos é total”. “Diante disso, começamos as gestões pela vacina desde o ano passado, não como esse governo que, tristemente, improvisa”. “Moreno destruiu o nosso sistema de saúde pública, demitindo cada vez mais funcionários. Aliás, os servidores que conheciam o sistema vêm sendo despedidos desde 2019. Foram seis mil pessoas! Agora não nos surpreendamos pelos resultados vindos a partir deste desmantelamento”, condenou.

Na avaliação do candidato e ex-ministro de Rafael Correa, “é preciso fazer o que está sendo feito por todos os países do mundo que são responsáveis pelos seus cidadãos: conseguir contratos de abastecimento de vacina”. “Primeiro, que a vacina chegue ao Equador. Mas a dose não se coloca só, precisamos de milhares de equatorianos dedicados para injetar, administrar, transportar, para montar a rede de refrigeração e fazer com que elas cheguem às regiões”, acrescentou.

Popularizando a campanha de vacinação, Arauz colocou um cronograma pormenorizado na sua página web onde se entra com o nome, o número do documento e a profissão, e se sabe em que mês lhe corresponderá a primeira dose. “Fizemos isso para que ninguém possa utilizar um esquema fura-fila, para conseguir antes da hora. Fizemos um cronograma perfeitamente transparente, tendo como base critérios científicos da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, disse. De acordo com Arauz, primeiro serão os profissionais da saúde, os que estão em risco de biossegurança e os adultos mais velhos, depois virão as sucessivas faixas etárias – das mais velhas para as mais novas – e as profissões mais necessitadas, de tal maneira a que se tenha toda a população adulta vacinada até meados de 2022.

Recentemente, o ministro da Saúde teve de abandonar o cargo após ser descoberto que havia privilegiado a familiares na distribuição de vacinas.

Vacinas

“Garantimos o acesso à vacina de AztraZeneca, que é produzida pela Argentina e pelo México, que poderiam chegar a Equador a partir de maio e junho. Temos conversações bem avançadas com os russos, produtores da Sputnik; com os chineses de Sinovac; e, também, com vacinas que podem ser desenvolvidas na América Latina, no Reino Unido e nos Estados Unidos. Portanto, há opções. O Equador precisa diversificar a previsão de vacinas e, sobretudo, garantir a logística”, defendeu.

Diante da completa irresponsabilidade do presidente Moreno, frisou o candidato oposicionista, alguns governantes locais têm agido de forma desesperada em busca da vacina. “É preciso ter calma. Tenho claro que não será atuando de forma descentralizada que resolveremos o problema, que é comum. Gostaria de dizer, inclusive para tranquilizar a quem está atuando como pode, é que vamos trabalhar para fazer um grande pedido conjunto, de tudo o que se necessita. Precisamos fazer uma compra agregada, que possa nos dar maior margem de negociação, melhores preços e maiores quantidades”, ponderou.

Segundo Andrés Arauz, “o que se precisa no Equador é de liderança”. “Claro, frente à goleira vazia, como dizíamos quando éramos criança, diante de um governo ausente, os municípios estão tratando de preencher este vazio do jeito que podem. Diferente disso, o que nós vamos fazer é liderar o país para que, junto com os demais governantes, possamos chegar a todos os equatorianos”