As montadoras de veículos anunciaram que irão fechar as fábricas no final deste mês. GM –
(que paralisou suas cinco fábricas em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina),
Mercedes-Benz e Volks já anunciaram férias coletivas, atingindo cerca de 50 mil funcionários.
Já o Grupo Caoa Chery encerrou a produção de motores em Jacareí (SP) e demitiu 59
empregados, 10% da mão de obra local.
Outras montadoras também devem anunciar férias coletivas ainda nesta semana. No país, são
67 fábricas que empregam cerca de 125 mil trabalhadores em dez estados.
As empresas não falam em coronavírus e alegam “ajuste na produção”, mas os sindicatos do
setor já anteveem demissões.
O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos “considera tardio” o início das férias
apenas no dia 30 de março e reivindica que todos os funcionários sejam liberados
imediatamente. “A expansão do contágio da população pelo coronavírus está crescendo
diariamente, o que exige medidas urgentes por parte das empresas”, disse em nota.
Para o Sinmgra (Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí), “a companhia está dando férias para
ajuste da produção, mas a gente sabe o que vem passando. O pessoal está preocupado mais
pela questão do coronavírus, que a empresa não citou. Se isso não cessar, quebra o país. Eles
não falam em demissão, mas já sabemos como foi em outros momentos de crise”, disse Valcir
Ascari, diretor administrativo do Sinmgra.
A Caoa Chery também não fala em coronavírus para justificar as recentes demissões e cita
outros fatores, como a crise econômica, que certamente se agravará com a pandemia.
Em nota, a empresa diz que “a situação econômica do Brasil neste início de ano, agravada pela
recente disparidade do dólar, gerou grande e inesperada queda nas vendas do setor”.
Na Mercedes, o retorno dos trabalhadores está previsto para o dia 19 de abril, mas segundo a
multinacional alemã, “a volta irá depender da situação do país”.