Missão espacial da China retorna da Lua e aterrissa com sucesso
A missão lunar chinesa Chang’e-5 aterrissou no noroeste do país em Siziwang, na região da Mongólia Interior, nas primeiras horas de quinta-feira (17), completando seu retorno à Terra e trazendo as primeiras amostras de pedras lunares desde a década de 1970, anunciou a Administração Nacional Espacial da China (AneCh).
O sucesso da missão não-tripulada faz da China o terceiro país do mundo a trazer amostras de pedras lunares, depois dos Estados Unidos e da União Soviética. A última vez que pedras lunares haviam sido trazidas fora em 1976, pela sonda soviética Luna 24, há 44 anos.
No ano passado, a China tinha se tornado o primeiro país do mundo a pousar uma sonda espacial no outro lado da Lua.
A missão lunar Chang’e-5 – o nome é em homenagem a uma antiga deusa chinesa da Lua – foi lançada em 23 de novembro por meio de um foguete Longa Marcha 5, consistindo de um orbitador, módulo de pouso/veículo de ascensão e cápsula de retorno.
A nave de 8,2 toneladas alcançou o satélite terrestre no início de dezembro, manteve um orbitador em torno da Lua, enquanto um módulo lunar desceu ao norte de Mons Rumker, no Oceanus Procellarum, também conhecido como Oceano das Tempestades, no lado visível da Lua.
No dia 13, o módulo de ascensão acionou os foguetes para se reacoplar com o orbitador e rumarem para a Terra. A Chang’e-5 constituiu uma das missões mais complexas e difíceis do programa espacial chinês, ao executar a primeira coleta de amostras da Lua, a primeira decolagem desde um corpo alienígena, o primeiro encontro e acoplamento em órbita lunar e o primeiro retorno de uma nave com amostras e reentrada em alta velocidade na atmosfera da Terra.
Também pela primeira vez o veículo de pouso da Chang’e-5 desfraldou uma bandeira nacional chinesa na Lua.
A agência espacial da China anunciou que pretende compartilhar dados e amostras obtidas da Lua por sua sonda espacial. Medida que, por enquanto, não deverá beneficiar os parceiros norte-americanos, já que Trump proibiu a colaboração da Nasa com a agência espacial chinesa.
Com uma furadeira e um braço robótico, a Chang’e-5 recuperou dois quilos de amostra da superfície, a dois metros de profundidade no solo do vulcânico do Mons Rumker, onde se acredita que a geologia seja muito mais jovem do que os locais antes pesquisados por americanos e russos.
No programa espacial lunar da China, as espaçonaves Chang’e-1 e 2 orbitaram a Lua, enquanto a Chang’e-3 fez o primeiro pouso suave com um rover, chamado Yutu.
Em julho, a China enviou uma sonda para Marte e está se preparando para lançar uma estação espacial chinesa no próximo ano. No dia 10, lançou dois satélites de detecção de ondas gravitacionais, que coletarão dados para estudo de buracos negros e estrelas de nêutrons.
Outras metas a mais longo prazo incluem pousar taikonautas (versão chinesa de astronautas e cosmonautas) na Lua até 2030 e criar uma estação de pesquisa permanente no Pólo Sul do nosso satélite no futuro.
“Seus feitos extraordinários sempre serão lembrados por nosso país e nosso povo”, afirmou o presidente chinês Xi Jinping, parabenizando cientistas e técnicos pelo sucesso da Chang’e-5.
Ele apontou que a missão “ajudará a aprofundar a compreensão da origem da Lua e da história evolutiva do sistema solar”. Ele ressaltou, ainda, que se trata de “um grande passo para a indústria espacial da China”.
Xi conclamou a levar adiante “o espírito da exploração lunar de perseguir sonhos, ousar explorar, cooperar para lidar com dificuldades e uma cooperação ganha-ganha, a fim de iniciar uma nova exploração interplanetária e contribuir para tornar o país uma grande potência no espaço, para a revitalização nacional, para o uso pacífico do espaço e para a construção de uma comunidade de destino da Humanidade”.