Diretor-geral da OMS afirma que especialistas que foram à China integram 10 entidades científicas 

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que a equipe internacional de especialistas na missão de rastreamento da origem da COVID-19 na cidade chinesa de Wuhan foi “independente” e não tinha afiliação.

“Eu escuto direto que este é um estudo ou investigação da OMS. Não é”, disse o Dr. Tedros, em coletiva de imprensa virtual de Genebra, frisando que o que está sendo realizado é um estudo independente composto por indivíduos independentes integrantes de dez instituições diferentes.

O Dr. Peter Ben Embarek, chefe da equipe internacional de especialistas em Wuhan, esclareceu que seu relatório seria um “documento de consenso”.

“As equipes internacionais e os homólogos chineses já concordaram com o resumo dos relatórios”, disse Embarek, informando que a equipe de especialistas, composta por 17 cientistas internacionais e 17 chineses, está trabalhando em conjunto para publicar um relatório provisório, no qual eles “fariam recomendações para estudos futuros”.

O cientista dinamarquês ponderou que seriam necessários estudos mais profundos para “explorar algumas hipóteses e avançar nossa compreensão sobre a origem do vírus”.

“Alcançar um consenso absoluto em torno de cada ponto é quase uma impossibilidade na ciência. O que podemos fazer é chegar a conclusões baseadas nas evidências diante de nós”, assinalou.

Já o Dr. Mike Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, concordou na coletiva de imprensa com a constatação da dificuldade de se chegar a um consenso completo.

A equipe internacional de pesquisa em Wuhan, que encerrou seu trabalho na segunda-feira (08), apresentou suas descobertas iniciais em uma coletiva de imprensa na China, descartando a hipótese de que o vírus teria escapado de um laboratório na cidade chinesa.

Os especialistas afirmaram que a propagação do coronavírus – que já deixou mais de 2,4 milhões de mortes no mundo, com mais de 110 milhões de infecções – tem origem zoonótica. No entanto, ainda pesquisam para identificar as espécies que deram origem ao vírus ou que atuaram como hospedeiros e tornaram mais fácil sua transmissão aos humanos.

Uma fonte da OMS disse que o relatório sumário em que a equipe está trabalhando deve ser publicado esta semana, e que um relatório final completo será divulgado nas próximas semanas.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, questionou alguns políticos ocidentais por não aceitarem a imparcialidade do estudo de rastreamento de origem COVID-19. Ser imparcial não significa “estar sob o comando de grandes países do Ocidente”, disse ela em entrevista coletiva. “Ser imparcial não deve implicar na presunção de culpa contra a China”, acrescentou.

Hua destacou que a China espera que outros países importantes também possam participar do rastreamento da origem global do novo coronavírus de uma forma positiva, baseada na ciência e cooperativa, bem como compartilhar os resultados de seus estudos.