Manifestantes em Minneapolis exigem justiça para Floyd

Foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Municipal de Minneapolis, nos Estados Unidos, na sexta-feira (12), uma indenização de 27 milhões de dólares (cerca de 150 milhões de reais) para a família de George Floyd, o cidadão negro morto pela polícia sob custódia, crime que, flagrado em vídeo, desencadeou a maior onda de protestos contra o racismo em décadas, desde a luta de Martin Luther King.

A família de Floyd havia acionado judicialmente a cidade de Minneapolis, em julho do ano passado, e os quatro policiais assassinos por uso excessivo de força e violação dos direitos constitucionais.

“A morte horrível de George Floyd, testemunhada por milhões de pessoas em todo o mundo, desencadeou um anseio profundo e uma demanda inegável por justiça e mudança”, disse Ben Crump, advogado da família de Floyd em comunicado.

“O acordo não é apenas histórico por causa dos US$ 27 milhões pagos, mas pelo impacto nas políticas de justiça social e nas reformas na polícia”, enfatizou Crump.

“Que o maior acordo pré-julgamento jamais feito num caso de morte por negligência tenha sido por causa da vida de um homem negro envia uma mensagem poderosa de que as vidas negras importam e de que a brutalidade policial contra pessoas de cor deve acabar”, acrescentou.

O acordo inclui a doação de US$ 500 mil – em nome da família de Floyd – para a comunidade que ocupa uma área no centro da cidade que ficou conhecida como George Floyd Square, próxima ao local de morte do ex-segurança.

Floyd foi morto em 25 de maio de 2020 após o policial branco Derek Chauvin pressionar impassível por cerca de nove minutos o pescoço do afro-americano com o joelho, enquanto este agonizava dizendo “não consigo respirar”. Outros três ex-agentes policias foram cúmplices no assassinato do negro, em um caso cujo motivo alegado para averiguação seria uma nota de 20 dólares supostamente falsa.

O julgamento de Chauvin começou na terça-feira, estando em processo de escolha do corpo de jurados. O juiz Peter Cahill aceitou o pedido da promotoria para que fosse incluída a acusação de homicídio de 3º grau, quando há a intenção de matar. Até então, Chauvin estava incurso em homicídio culposo e negligência. A defesa diz que Chauvin só fez cumprir o dever e o treinamento recebido.