A Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), entidade de classe representativa dos membros do Ministério Público do Trabalho em todo o país, e o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) também divulgaram nota pública de repúdio aos ataques do ministro da economia Paulo Guedes, que busca desqualificar os servidores públicos.
A ANTP denuncia que Guedes, a pretexto de justificar a necessidade de aprovação de seu pacote de arrocho e desmonte dos serviços públicos, por meio da reforma administrativa, tenta difamar os servidores públicos brasileiros como ‘parasitas’ do Estado, “revelando profundo desprezo e desconhecimento sobre a relevante missão do funcionalismo público na concretização dos serviços públicos e governamentais”.
Para a entidade, é imprescindível a “preservação do ambiente político ético e democrático, livre de constrangimentos governamentais contra instituições e agentes públicos, constitucionalmente atribuídos de atividades e serviços que constituem direitos fundamentais da população, razão última de existência e afirmação do Estado Democrático de Direito, conforme decorre dos arts. 1º, 2º e 3º da Constituição”.
Os procuradores do trabalho apontam também que “a declaração genérica violou o dever de respeito à honra de todos os servidores públicos brasileiros regularmente admitidos sob os critérios constitucionais, indispensáveis à concretização das competências estatais e comprometidos com a relevante missão de servir à coletividade”.
“Não será com ofensas e calúnias de um representante temporário de governo, que procura insistentemente desqualificar os servidores diante da opinião pública, que nos sentiremos intimidados ou que negligenciaremos nossas funções, pois somos agentes do Estado brasileiro e será nessa condição que continuaremos trabalhando para melhor servir aos concidadãos, procurando atender a todos, em tudo o que a Constituição Federal lhes garante”, diz o Sinal em nota.
Para o Sinal, Guedes apresentou um “discurso tendencioso, recheado de inverdades e vazio de fundamentos técnicos, demonstrando o seu lamentável desconhecimento sobre o serviço público, quer induzir a sociedade a acreditar, entre outras barbaridades, que o servidor recebe reajuste salarial automático, quando é de pleno conhecimento que o último acordo negociado com o governo data de 2015”.
O Sinal conclui sua nota afirmando que “não aceitamos o sucateamento dos órgãos públicos e a precarização dos nossos serviços”.