O Ministério Público do Trabalho vai apurar se médicos da operadora de saúde Prevent Senior foram vítimas de assédio moral. Essa é mais uma investigação de que a operadora é alvo, em meio às denúncias reveladas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que têm escandalizado o país.

As práticas desenvolvidas na empresa vêm sendo comparadas com os procedimentos abomináveis feitos pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

O MPT vai centrar sua investigação nos depoimentos de médicos que relatam terem sido coagidos a prescrever o chamado “kit Covid”, de remédios sem eficácia contra o vírus, sob ameaça de demissão.

Além disso, o MPT vai se debruçar também sobre as denúncias de que os profissionais de saúde foram obrigados a trabalhar mesmo com diagnóstico positivo de Covid-19.

Os fatos, que já haviam sido elencados durante o depoimento à CPI da advogada que representa os médicos, Bruna Morato, foram confirmados no depoimento de quinta-feira (7) do médico Walter Neto.

Conversas de aplicativos de mensagens também apontam que diretores da empresa orientavam os médicos a receitar o “kit Covid” a todos os pacientes com problemas respiratórios.

Outros médicos da Prevent Senior também já haviam relatado em entrevistas à imprensa que sofriam pressão e assédio para prescrever medicações do “kit Covid”, como cloroquina, azitromicina, ivermectina e a flutamida, ao menor sintoma de Covid-19 nos pacientes.

Os médicos também relataram que foram obrigados pela empresa a trabalhar contaminados com o coronavírus.

A operadora de saúde é acusada não só de disseminar o “kit Covid” para pacientes, mas também de ocultar registros de mortes por Covid-19 e de adotar cuidados paliativos para aqueles que não eram considerados terminais.

O MPT vai montar um grupo especial com seis procuradores para atuar na investigação.

Além da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia e agora o MPT, a Prevent Senior também é alvo de investigação pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).