Alessandra e Flávio Bolsonaro durante a campanha eleitoral - Foto: Reprodução/Facebook

Alessandra Ferreira de Araújo, integrante do diretório do PSL no município do Rio, investigada pela Polícia Civil por venda de lotes ilegais no bairro Paciência, situado na zona oeste da capital fluminense, região dominada por milícias. A diretora fez campanha para Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na disputa ao senado em 2018.
O empreendimento imobiliário chamado Residencial Gabriela já foi alvo de operações policiais três vezes.
Os lotes eram anunciados em outdoors com venda “diretamente com o proprietário, com parcelas a partir de R$ 600, sem análise de crédito”. “Aqui você pode”, dizia o anúncio, que também incluía. “Aceitamos seu carro como entrada”.
Alessandra diz desconhecer o inquérito, mas, segundo reportagem do UOL, ela já foi intimada na semana passada para prestar esclarecimentos sobre o caso na 36ª Delegacia de Polícia, no bairro de Santa Cruz.
A diretora do PSL também é investigada pela Polícia Federal. O procedimento foi resultado de uma operação realizada em janeiro do ano passado no mesmo terreno. Na ocasião, policiais encontraram, em um contêiner, contratos ilegais de “promessas de compra e venda” de lotes, além de extração ilegal de barro.
TERRENO
Em abril de 2018, policiais da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente também estiveram no local, no âmbito da Operação Nocaute. Esta operação teve como objetivo desmantelar um grupo de milicianos da zona oeste da cidade. Na ocasião, eles prenderam um homem que trabalhava no local.
O delegado que conduzia as investigações na época, Antonio Ricardo, chegou a dizer que “o loteamento clandestino é uma fonte de renda da milícia que a gente vai combater com mais intensidade”.
“Esses marginais pegam áreas públicas e, às vezes até particulares e fazem estes loteamentos e depois vendem esses terrenos para pessoas de boa-fé. É importante que as pessoas que fazem aquisições desses lotes, terrenos, se certifiquem da documentação para não passar pelo constrangimento de terem a obra demolida no meio da construção”, afirmou.
Uma outra ação no terreno prendeu os policiais militares Alan e Alex Rodrigues de Oliveira, irmãos de Valdenice Meliga, presidente do PSL no município do Rio. Os dois também operam para o partido de Jair Bolsonaro.