Edifício-sede do Banco Central no Setor Bancário Norte, em lote doado pela Prefeitura de Brasília, em outubro de 1967

O mercado financeiro aumentou a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021, de 5,06% para 5,15%. Também houve alta na projeção do IPCA para 2022, de 3,61% para 3,64%. As informações estão no Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central realizada junto a instituições financeiras.

Como resultado desse aumento da inflação, os analistas também veem os juros mais altos em 2022, com a Selic, taxa básica de juros da economia, encerrando o período em 6,5% ao ano. Na semana anterior, a projeção era 6,25% ao ano.

A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controle da inflação. Na tentativa de frear o processo inflacionário, a autoridade monetária já aplicou dois aumentos à taxa em 2021, de 0,75 ponto percentual cada, e indicou nova elevação em 45 dias caso o atual cenário fiscal e da inflação se mantenha. Atualmente, a taxa Selic está em 3,5% ao ano.

A relação entre juros e inflação está ligada ao estímulo ou desestímulo ao consumo e à poupança. De maneira simplificada, quando os juros estão mais altos há estímulo à poupança e ao investimento, o que retira dinheiro de circulação. Por outro lado, quando os juros estão baixos o estímulo para manter o dinheiro aplicado é menor e ele circula na economia.

No entanto, alguns economistas criticam a posição adotada pelo Banco Central, de adotar uma política de aumentar juros no momento em que a economia sofre os efeitos da pandemia prolongada no Brasil, tornando mais difícil o aquecimento e a retomada.

A inflação dos últimos meses é vista como uma inflação de custos, causada por fatores como escassez de insumos e valorização de commodities, além do dólar valorizado. Assim, de pouco adiantaria elevar a Selic uma vez que a alta de preços não se origina no mercado interno.

Por outro lado, esse mesmo boom das commodities tem levado economistas a melhorarem as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021. Apesar do aspecto positivo de crescimento da economia, essa valorização dos produtos básicos com cotação internacional preocupa, porque a tendência é que provoque mais inflação.