Mercado financeiro reduz para 3,4% projeção de crescimento em 2021
O mercado financeiro reduziu a expectativa de crescimento para 2021, conforme o Boletim Focus, pesquisa semanal realizada pelo Banco Central junto a instituições financeiras. Os economistas consultados, que na penúltima semana do ano previam crescimento de 3,49% do Produto Interno Bruto (PIB), reduziram a estimativa para 3,40% na semana encerrada em 31 de dezembro.
Há quatro semanas, a projeção de crescimento para o ano que se inicia era de 3,5%. O mercado também reduziu a projeção para a Selic, taxa básica de juros da economia, ao fim de 2021. De 3,13% anuais, a estimativa passou a juros básicos no patamar de 3% ao ano, o que indica a expectativa de que a economia precisará de mais estímulos do que projetado inicialmente.
Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano, uma mínima histórica. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve o patamar atual por entender que o aumento da inflação registrado nos últimos meses é um movimento temporário e que a economia em recessão ainda necessita de estímulos.
A Selic é o principal instrumento da autoridade monetária para controle da inflação, com elevações da taxa para estimular a poupança e conter a demanda quando há maior pressão inflacionária. A previsão da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 4,38% para 2020 e 3,32% para 2021 na última pesquisa Focus. Na semana anterior, a projeção de inflação para 2020 era 4,39% e para 2021, 3,34%.
A expectativa dos agentes financeiros nacionais para crescimento da economia é mais otimista do que as projeções para o Brasil no exterior. Organismos multilaterais e instituições financeiras preveem que o pais crescerá abaixo da média mundial este ano.
O prognóstico da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a economia brasileira é um crescimento de somente 2,6% em 2021. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) estima alta de 2,8% para este ano. A PwC vê 2,9%. A agência de classificação de risco Fitch Ratings é mais otimista: projeta uma alta de 3,1% do PIB em 2021.