Mercado eleva projeção para inflação em 2020
Após altas sucessivas nos preços de alimentos e de insumos industriais, o mercado financeiro está mais pessimista com relação à inflação em 2020. É o que revelou o Boletim Focus, pesquisa semanal de mercado feita pelo Banco Central. As instituições financeiras elevaram de 2,65% para 2,99% a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
No caso do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos em um país), as instituições melhoraram as projeções tanto para 2020 quanto para 2021. Para este ano, em lugar de uma queda 5% do PIB, agora preveem recuo de 4,81%. Em 2021, estimam um crescimento de 3,04% da economia em lugar dos 2,76% projetados na semana passada.
Nesta segunda-feira (26), o economista-chefe do Goldman Sachs na América Latina, Alberto Ramos, concedeu à Agência Estado afirmando que, embora o Brasil esteja experimentando uma recuperação em ‘V’, isso se dá porque o ponto de partida é um patamar muito baixo e não se trata de um crescimento sustentado. Ele cobrou ainda do governo celeridade nas reformas econômicas, algo que Jair Bolsonaro tem tido dificuldades para entregar, mesmo após a aliança com o Centrão.
O mercado estima ainda o dólar cotado a R$ 5,40 ao fim de 2020 (na semana passada, a projeção era R$ 5,35) e a Selic, taxa básica de juros, em 2% ao ano. Nesta terça (27) e quarta-feira (28), o Comitê de Política Monetária do BC se reúne para decidir a taxa pelos próximos 45 dias.
A taxa Selic é o principal instrumento do Banco Central para controle da inflação. Quando a inflação pressiona, a tendência é a autoridade monetária elevar a taxa a fim de conter o processo inflacionário estimulando a poupança. A previsão, para a reunião de outubro, é manutenção da taxa no patamar anual.