Mendonça defende condenação de Silveira: ‘separar joio do trigo’
Parlamentares bolsonaristas como Carla Zambelli (PL-SP), Marco Feliciano (PL-S) e Carlos Jordy (PL-RJ) criticaram abertamente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, que foi indicado para o cargo por Jair Bolsonaro, por seu voto a favor da condenação do deputado Daniel Silveira, que ameaçou ministros e atacou a democracia.
Respondendo aos ataques, Mendonça disse que “como jurista” e “cristão” não poderia “endossar comportamentos que incitam atos de violência”.
Carla Zambeli publicou em suas redes sociais: “Quem diria que Kassio Nunes acertaria e André Mendonça erraria tanto”. Nunes votou contra a condenação de Daniel Silveira.
O pastor evangélico e deputado Marco Feliciano disse que está “terrivelmente desapontado” com o posicionamento de Mendonça, que foi indicado para o cargo por Bolsonaro por ser “terrivelmente evangélico”.
Carlos Jordy se manifestou nas redes sociais afirmando que o voto do ministro do STF foi “terrivelmente decepcionante”.
O ex-senador Magno Malta, que é apoiador do governo Bolsonaro, também relatou que está decepcionado com André Mendonça e que a decisão da Corte foi uma covardia. O bolsonarista elogiou o ministro Kassio Nunes.
O ministro André Mendonça afirmou que “é preciso separar o joio do trigo, sob pena de o trigo pagar pelo joio. Mesmo podendo não ser compreendido, tenho convicção de que fiz o correto”.
“Como cristão, não creio tenha sido chamado para endossar comportamentos que incitam atos de violência contra pessoas determinadas; e como jurista, a avalizar graves ameaças físicas contra quem quer que seja. Há formas e formas de se fazerem as coisas”, esclareceu.
A votação no STF acabou em 10 a 1, tendo apenas Kassio Nunes votado contra a condenação de Daniel Silveira. A corte, além de estabelecer os mais de 8 anos de prisão, ainda determinou o pagamento de multa estimada em R$ 192,5 mil acrescida de correção monetária e perda do mandato. O parlamentar ainda ficará inelegível.
O relator Alexandre de Moraes afirmou que “a liberdade de expressão prevista na Constituição deve ser exercida com responsabilidade, não como escudo protetivo para atividades ilícitos, para discurso de ódio”.