A médica Ticyana D’Azambuja foi espancada no último sábado (30) por ao menos cinco frequentadores de um baile clandestino no bairro do Grajaú, no Rio de Janeiro. Um dos agressores, que participava do “Baile do Corona”, é o policial militar Luis Eduardo Salgueiro.
A anestesista, que atua na linha de frente do combate à Covid-19 do hospital de campanha Lagoa-Barra, disse ter tocado a campainha do imóvel onde ocorria a balada para pedir que a festa acabasse. Após ouvir um palavrão como resposta, quebrou o retrovisor e o vidro traseiro de um carro estacionado irregularmente em frente à calçada.
“Eles vieram pra me matar. Saí correndo. Um deles gritou: ‘Não adianta correr, porque nós vamos te matar’. Eles me pegaram, me enforcaram e me jogaram no chão, como se eu fosse um saco de batatas. Eu desmaiei. Quando acordei, estava com uma bota em cima do meu tórax. Não conseguia respirar”, relatou.
A médica registrou um boletim de ocorrência por agressão e tentativa de homicídio. Ela quebrou o joelho esquerdo e machucou gravemente as duas mãos, além de ter ficado com o pescoço inchado e com marcas de enforcamento e hematomas nas pernas e nos pés.
Ticyana mostrou fotos aos policiais e indicou testemunhas que atestaram que ela foi espancada por pelo menos cinco agressores. Um deles é o dono do veículo danificado, identificado como o policial Luis Eduardo Salgueiro, além de sua mulher.
“Ela dizia que eu tinha mexido com a pessoa errada, esfregava a identificação de policial do marido na minha cara”, afirmou a anestesista.
Ticyana procurou a 20ª DP (Vila Isabel) na segunda-feira (1) para prestar queixa por agressão. Ela chegou à delegacia com uma mão engessada, a outra imobilizada e uma das pernas também. Imagens feitas na hora da confusão mostram a médica sendo levantada por um homem enquanto outro se aproxima.