McConnell, líder republicano no Senado, parabeniza Biden pela vitória
Em discurso no plenário do Senado dos EUA na terça-feira (15), o líder republicano Mitch McConnell reconheceu a vitória de Joe Biden e o parabenizou e à vice, Kamala Harris. No discurso da véspera, após a confirmação, pelos delegados do Colégio Eleitoral, da vitória nas eleições de novembro, o democrata havia convocado a “virar a página” e unir o país.
“Ontem, os eleitores reuniram-se em todos os 50 estados, por isso, a partir desta manhã, o nosso país tem oficialmente um presidente eleito e um vice-presidente eleito”, afirmou McConnell.
“O Colégio Eleitoral falou”, acrescentou, depois de observar que “muitos de nós esperávamos que as eleições presidenciais produzissem um resultado diferente”.
“Portanto, hoje quero felicitar o Presidente eleito Joe Biden”, disse McConnell. Ele também cumprimentou a vice dele, senadora da Califórnia Kamala Harris. “Para além das nossas diferenças, todos os americanos podem orgulhar-se do fato de a nossa nação ter uma vice-presidente eleita pela primeira vez”, acrescentou McConnell.
Aos repórteres, Biden disse que telefonou a McConnell para lhe agradecer pelos seus comentários e que eles haviam concordado em se reunirem em breve.
Em seu discurso de confirmação da vitória, na segunda-feira, Biden havia conclamado Donald Trump a reconhecer a derrota nas eleições e proclamado que “na batalha pela alma dos EUA, prevaleceu a democracia” e que a integridade das eleições norte-americanas “permanece intacta”.
“Respeitar a vontade do povo é parte essencial da nossa democracia. Inclusive quando vemos esses resultados difíceis de aceitar. Mas essa é a obrigação de quem assumiu o dever jurado de respeitar a Constituição”, disse Biden, dirigindo-se ao bilionário mau perdedor que, segundo a mídia, sequer comparecerá à posse.
Biden notou que “os 306 votos eleitorais são os mesmos recebidos por Donald Trump e pelo vice-presidente Mike Pence quando ganharam em 2016” e que na época considerara sua vantagem no Colégio Eleitoral “uma vitória contundente”.
“Segundo seus próprios padrões, estes números (306 a 232) representaram uma clara vitória naquele momento, e eu sugiro, respeitosamente, que também o faça agora”, afirmou Biden.
O presidente eleito registrou ainda que nem as recontagens em vários Estados nem as derrotas judiciais “pararam as infundadas afirmações sobre a legitimidade dos resultados”, em condenação às tentativas de Trump de fraudar a vontade popular expressa nas urnas nas eleições de maior participação em um século. Uma vitória “clara”, enfatizou o democrata.
“Ainda bem que a Suprema Corte, de maneira unânime, rejeitou completa e imediatamente estas tentativas. O tribunal enviou uma clara mensagem ao presidente Trump de que não faria parte de um assalto sem precedentes à nossa democracia”, acrescentou Biden.
Na terça-feira, Trump voltou a postar suas fake news no Twitter sobre ‘fraude eleitoral’ no pleito de 3 de novembro: “Tremendos problemas a serem encontrados com as máquinas de votação. Eles estão tão longe que é ridículo. Capazes de obter uma vitória esmagadora e reduzi-la a uma perda apertada”.
Apesar disso, mais republicanos começam a cair na real. O Senador do Missouri Roy Blunt, que preside a comissão que supervisiona a posse em 20 de janeiro, disse que a sua comissão irá agora “lidar com o Vice-Presidente Biden como presidente eleito”.
Por sua vez, o senador de Dakota do Sul, John Thune, o segundo republicano do Senado, disse que, encerrada a contagem do Colégio Eleitoral, “temos de enfrentar a música… é altura de todos seguirem em frente”.
Mesma posição do senador republicano texano John Cornyn: “chega uma altura em que temos de perceber que, apesar dos nossos melhores esforços, não fomos bem sucedidos, essa é mais ou menos a natureza destas eleições. Tem de se ter um vencedor, é preciso ter um vencido”.