Moscow, USSR --- V. I. Lenin and Joseph Stalin are the founders and editors of . --- Image by © Hulton-Deutsch Collection/CORBIS
Em 21 de janeiro de 1924, aos 53 anos morria Vladimir Ilyich Ulianov, mais conhecido pelo pseudônimo Lênin. Um dos maiores teóricos e revolucionários marxistas e grande líder da Revolução Russa. Foi líder do Partido Comunista, e primeiro presidente do Conselho dos Comissários do Povo da União Soviética.
Em 1950, em homenagem ao líder soviético, Maurício Grabois escreveu artigo contra o oportunismo.
Leia a íntegra abaixo:

Justamente as experiências de lutas de Lênin contra o oportunismo nesse período são as que no momento, em face do perigo iminente de guerra, devem ser mais estudadas. É verdade que as condições do mundo nos dias que correm são completamente diversas das existentes naquela época. Mas, nem por isso, o estudo da luta que Lênin sustentou contra o oportunismo naquele período deixa de ter a maior atualidade, uma vez que nos ajudará a enfrentar com justeza as grandes tarefas que temos a analizar (sic), principalmente porque cometemos sérios erros oportunistas que poderiam ter as mais funestas consequências para o movimento operário revolucionário do país se não fossem atacados a tempo.

O que é fundamental para nós nas atuais circunstâncias no que se refere ao aproveitamento das experiências de luta de Lênin contra o oportunismo é aspecto que diz respeito em saber manter, nas condições mais duras e difíceis, em toda a plenitude, o espírito revolucionário vivo, do marxismo-leninismo. Isto significa que precisamos estar sempre alertas para tomarmos não só resoluções justas como também tomar todas as medidas para pô-las em prática.

Por isto mesmo, devemos ter sempre em mente o que nos ensina Lênin em seu folheto “O programa militar da Revolução Proletária”: “Contra o oportunismo, por último, não se pode lutar naturalmente só com programas, mas unicamente vigiando sem descanso para que sejam postos em prática de maneira efetiva”.

Isto nos adverte para as grandes responsabilidades que temos como vanguarda organizada da classe operária, porque como revolucionários consequentes, devemos ter sempre presentes as justas resoluções que tomamos nos últimos tempos a fim de que sejam efetivamente postas em prática nos momentos oportunos, precisando cada comunista estar imbuído ao máximo desse ensinamento leninista.

Assim é justo, pois, recordarmos, que os mais destacados dirigentes do proletariado brasileiro, tendo à frente o grande líder Luiz Carlos Prestes, falando em nome dos comunistas brasileiros, assumiram o compromisso que jamais faríamos guerra à gloriosa União Soviética, ao mesmo tempo que se comprometeram, casos os urgentes esforços que atualmente realizam os povos pela paz não pudesse evitar o desencadeamento de uma nova guerra imperialista ou do que fazer para transformar essa guerra imperialista em guerra de libertação nacional. Esses solenes compromissos serão, sem dúvida, executados pelos comunistas brasileiros à frente do nosso povo porque somos fiéis aos ensinamentos de Lênin e porque não nos deixaremos jamais confundir com os vis oportunistas da Segunda Internacional que nas vésperas do desencadeamento da primeira guerra mundial tomavam as resoluções mais radicais para depois na prática, traí-las miseravelmente.

Os grande ensinamentos de Lênin na luta contra o oportunismo são também para nós de grande valia no processo auto-crítico que estamos realizando em face dos erros oportunistas que cometemos durante o período em que o PCB tinha vida legal. Já o camarada Prestes, no seu trabalho de maio de 1949 analisando esses erros dizia o seguinte: “Substituímos a luta de classes pela colaboração de classes e pensávamos erroneamente evitar os golpes da reação amainando as contradições de classe em vez de aprofundá-las como ensina e manda o leninismo”.

Cometemos esses erros, como muito justamente diz Prestes, porque de fato enveredamos pela senda tortuosa do oportunismo e abandonamos o justo caminho apontado por Lênin no seu combate intransigente aos oportunistas da Segunda Internacional. Com toda a clareza que o seu gênio permitia, o teórico do marxismo da época do imperialismo e da revolução proletária mostrou que o conteúdo político do oportunismo é “colaboração de classes, renuncia a ditadura do proletariado, renuncia à ação revolucionária, reconhecimento sem reservas da legalidade burguesa, desconfiança para com o proletariado, confiança na burguesia”. Não resta dúvida que esse era também, guardando as devidas proporções, o conteúdo de nossa anterior linha política e não estávamos muito longe daqueles a quem Stálin se refere que punham nas nuvens as formas legais de luta e acreditavam “matar” o capitalismo com a legalidade. Cabe agora a todos nós, aproveitar a nossa dura experiência e os ensinamentos de Lênin no combate ao oportunismo para varrermos definitivamente com os restos que ainda possam existir de nossa velha bagagem, assegurando e aplicando a atual linha revolucionária.

A luta de Lênin contra o oportunismo também nos arma para que enfrentemos com êxito o inimigo mortal do nosso povo, de nossa independência, de nosso progresso e de nossa soberania: o imperialismo ianque. A luta consequente pela libertação nacional da nossa Pátria do jugo imperialista dos trustes e monopólios norte-americanos está indissoluvelmente ligada à aplicação de uma justa linha política revolucionária que não admite qualquer concessão ou capitulação perante o inimigo irreconciliável do nosso povo. Mobilizar todas as forças verdadeiramente patrióticas sob a direção do proletariado para derrubar no país a dominação imperialista é o justo caminho para conquistarmos a completa emancipação nacional e esta tarefa é incompatível com toda espécie de oportunismo, seja qual for a sua máscara. Já o grande Lênin em 1916, em palavras candentes, mostrava essa incompatibilidade em outra época e em outras condições, é certo, mas que se aplicam integralmente na presente situação brasileira: “Uma luta contra o imperialismo que não será indissoluvelmente ligada à luta contra o oportunismo é uma frase vazia ou um engôdo”.

É imprescindível que nos capacitemos cada vez mais que na luta contra o imperialismo ianque é necessário arrancar sem vacilações a máscara de todos os seus agentes, claros ou encobertos, isto é, tanto o governo de traição nacional de Dutra, o PSD, a UDN e os outros partidos abertamente a serviço dos imperialistas, quanto os “socialistas” do tipo Hermes Lima e João Mangabeira, os trabalhistas, já agora fantaziados (sic) de “anti-imperialistas”, com o demagogo Getúlio à frente. Qualquer concessão ao imperialismo é traição à classe operária e ao povo brasileiro, pois no momento enfrentamos uma situação decisiva: ou conquistamos no mais curto prazo a nossa emancipação nacional ou nos transformamos numa simples colônia ianque. E só derrotaremos no país o imperialismo se nos mantivermos numa posição anti-imperialista inflexível, livre de qualquer oportunismo.

Com o agravamento da situação internacional, com a divisão irreconciliável do mundo em dois campos, com o crescimento do perigo iminente de guerra, definem-se cada vez mais, tanto no plano político mundial como na arena política interna, as posições das forças políticas. Já não é fácil fazer demagogia, iludir facilmente as massas, pois ou se está de lado do campo democrático e anti-imperialista, ao lado das forças da paz ou se está no campo anti-democrático e imperialista com as forças da guerra. Não há um terceiro caminho, uma vez que este será sempre o mesmo caminho da traição ao povo, da reação e da guerra.

Por isso mesmo, mais do que nunca, é preciso fidelidade aos princípios do marxismo-leninismo, firmeza ideológica e combate decidido e sem piedade ao oportunismo em nossas fileiras, desmascarando em todas as suas manifestações. Sigamos o exemplo imorredouro do grande e genial Lênin que durante toda a sua vida não parou de causticar com a máxima energia o oportnismo, e que um ano antes de sua morte, em 16 de janeiro de 1923, ainda atacava o oportunismo em seu rápido estudo “Nossa Revolução”: “Salta à vista, sobretudo, a pedantice de todos os nossos democratas pequeno-burgueses, assim como todos os heróis da Segunda Internacional”.

Inspirados nos ensinamentos de Lênin, lutemos sem trégua contra o oportunismo.