Mariupol: Porto limpo de minas colocadas por Ucrânia volta a operar
O porto da liberada Mariupol, cidade localizada no sudeste da Ucrânia, foi completamente limpo de minas e voltou às suas operações normais, informou o porta-voz do Ministério de Defesa da Rússia, major-general Igor Konashenkov, nesta quarta-feira (25).
“As medidas para limpar minas e desmilitarizar o porto marítimo de Mariupol – libertado dos neofascistas ucranianos -, na República Popular de Donetsk [DPR], foram concluídas e o porto voltou às suas atividades operacionais regulares”, afirmou.
O Ministério de Defesa russo já havia registrado na terça-feira (24) que especialistas da Frota do Mar Negro e engenheiros de campo encerraram seu trabalho para limpar a zona portuária de Mariupol de minas. Mais de 12.000 artefatos explosivos e armas abandonadas por grupos ucranianos foram descobertos e imobilizados.
Os militares russos também limparam canais de acesso e áreas de água interna retirando navios afundados e outros obstáculos à navegação. Mais de 18 ancoradouros e 32 navios foram inspecionados.
Os engenheiros de campo da Rússia também desminaram completamente a costa do Mar de Azov, adjacente ao porto marítimo de Mariupol, acrescentou o Ministério. Isso representa um trecho de cerca de 50 quilômetros da costa do Mar de Azov.
Operação militar da Rússia no Donbass
A situação na linha de combate no Donbass se intensificou em 17 de fevereiro. As Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk (DPR e LPR) relataram os bombardeios mais maciços realizados pelos grupos neofascistas ucranianos nos últimos meses, que danificaram a infraestrutura do lugar e causaram baixas civis.
Em 21 de fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou o reconhecimento da soberania das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk. A Rússia reconheceu as repúblicas do Donbass de acordo com as constituições da DPR e LPR dentro dos limites das regiões de Donetsk e Lugansk a partir do início de 2014.
O presidente russo Vladimir Putin disse em um discurso televisionado em 24 de fevereiro que, em resposta a um pedido dos chefes das repúblicas do Donbass, o seu governo havia decidido realizar uma operação militar especial na Ucrânia. O líder russo sublinhou que Moscou não tem planos de ocupar territórios ucranianos, salientando que a operação visa a desnazificação e desmilitarização desse país e a libertação das repúblicas populares do Donbass, com diversas cidades e instalações ocupadas por forças nazi-ucranianas.
Corredor no Mar Negro
No dia em que o Ministério de Defesa anunciou que o porto de Mariupol voltou a estar operacional, a Rússia declarou disposição para negociar um corredor de navegação no Mar Negro para navios com cereais bloqueados nos portos da Ucrânia.
“Declaramos mais do que uma vez que a solução do problema alimentar exige concentração global e está relacionada com o levantamento das sanções contra as exportações e as transações financeiras [russas]”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia Andrei Rudenko, citado pela agência Interfax.
O governante russo acrescentou que a Ucrânia deve desminar todos os portos onde se encontram os navios.
“A Rússia está disposta a dar um passo humanitário”, disse Rudenko, que não especificou se existem contactos sobre a abertura do eventual corredor de navegação (que Moscou classificou “humanitário”) desde o porto de Mariupol, no Mar de Azov, até o Mar Negro.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse ainda que a situação no Mar Negro pode agravar-se “consideravelmente” caso cheguem à região navios militares a pretexto de escolta a cargueiros de cereais, uma possibilidade que foi noticiada na imprensa internacional.
Rudenko recusou ainda as acusações de que Moscou “rouba” os cereais que se encontram armazenados nos portos ucranianos.
O chefe do Centro Nacional de Comando da Rússia, general Mikail Mizintsev (Ministério da Defesa), acusou “o Ocidente” de tentar retirar os cereais da Ucrânia sem se “importar” que os silos ucranianos fiquem vazios.
De acordo com o mesmo oficial, em seis portos ucranianos no Mar Negro estão bloqueados “70 navios estrangeiros de 16 países” sendo que, acusou, a artilharia de Kiev e as minas navais “não permitem” a saída dos navios.