Mariupol: brigada ucraniana se rende às forças russas
“Na cidade de Mariupol, na zona da fábrica metalúrgica Ilich (…) 1.026 militares ucranianos da 36ª brigada da Marinha entregaram as armas voluntariamente e se renderam”, disse o Ministério da Defesa da Rússia, corroborando a informação dada por correspondentes de guerra que estão na região.
A Rússia associa a rendição massiva à “ofensiva bem sucedida das Forças Armadas russas e das unidades da República Popular de Donetsk”.
Entre os mais de mil militares que se renderam estavam 162 oficiais, cuja graduação era igual ou superior à de tenente.
Os 151 soldados ucranianos que estavam feridos foram atendidos pelos médicos russos e levados para o hospital municipal de Mariupol. 12 deles estavam em estado grave.
Os soldados contaram a jornalistas que o grupo já estava negociando a rendição pela condição desfavorável em que se encontravam. Há relatos de que não havia munição suficiente para o combate. Os membros da Marinha ucraniana que se renderam anteriormente, como os 267 que se renderam no começo de abril, estavam ajudando nas conversas.
Ao todo, fontes russas contam que mais de dois mil soldados ucranianos já se renderam em Mariupol nas últimas semanas.
A cidade de Mariupol está sendo um dos epicentros do conflito que se desenrola na Ucrânia. Fica dentro da região de Donetsk, que desde 2014 é atacada pelos grupos nazistas da Ucrânia por ter uma grande população russófona.
A maior parte da “defesa” de Mariupol é feita por um dos grupos nazistas mais conhecidos da Ucrânia, o Batalhão Azov, que desde 2014 faz parte das Forças Armadas da Ucrânia. Esse grupo se entrincheirou na metalúrgica Azovstal e está cedendo no enfrentamento militar.
Helicópteros do Exército ucraniano foram enviados para tentar resgatar os líderes do Azov que se esconderam na metalúrgica, mas as naves foram abatidas.
Estranha versão da Ucrânia
Diante de mais esse importante revés, Oleksiy Arestovych, conselheiro do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criou uma nova versão para a rendição os mais de mil membros da Marinha ucraniana.
Em uma publicação nas redes sociais, argumentou que a rendição foi, na verdade, uma “manobra complexa e muito arriscada”.
O conselheiro do presidente disse que os membros da 36ª Brigada da Marinha se movimentaram para se juntar com o Batalhão Azov na fábrica Azovstal.
Segundo o contraditório Oleksiy, o resultado da rendição de 1.026 soldados ucranianos foi que “o sistema de defesa da cidade cresceu e se fortaleceu”.