A Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP) determinou, no último sábado (30), que um hospital particular de Macapá (Unimed Fama) forneça explicações sobre a transferência de três pacientes infectados com a Covid-19, transferidos de Manaus (AM) para a capital amapaense, sem que as autoridades de saúde competentes tenham sido devidamente informadas. Os órgãos sanitários e de saúde no Estado acusaram a rede hospitalar de ter transferido os três pacientes sem autorização.

Segundo o MP-AP, a preocupação maior com a transferência é saber se todas as medidas sanitárias e de isolamento foram tomadas, em razão da nova variante do coronavírus que causa a Covid-19, encontrada no Japão e no Amazonas no início do mês passado.

Em suas redes sociais, a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) manifestou preocupação com o episódio. “Então o Ministério da Saúde sabia e não avisou as autoridades sanitárias do Amapá (para onde foram transferidos e podem ter levado a nova variação do vírus)? Seria essa mais uma demonstração de descaso do gov federal com os Estados?”, indagou.

A parlamentar alertou que o Estado possui uma estrutura de saúde incipiente, que pode colapsar em pouco tempo. Conforme demonstram as pesquisas realizadas até agora, a nova cepa do vírus tem apresentado maior capacidade de disseminação que as variantes mais frequentes na pandemia.

“Assim como o Amapá, há inúmeros Estados que podem sofrer a mesma coisa. O Parlamento não pode permitir que isso ocorra e é seu dever pressionar o gov federal a prestar o suporte necessário aos demais entes da federação, pois é quem mais pode, é quem tem a maior expertise e quem pode mobilizar os maiores esforços. Mas isso não pode mais andar a passos de tartaruga. É preciso uma força tarefa. É preciso celeridade… Pois o povo sofre e as notícias não são nada promissoras sobre o que pode vir pela frente”, cobrou.

Marcivânia também defendeu que a Câmara dos Deputados se posicione rapidamente sobre a prorrogação do auxílio emergencial e exija do governo a adoção de medidas que impulsionem a vacinação da população, além de apurar responsabilidades em relação às crises sanitárias que afetam Manaus e Boa Vista, capital de Roraima, que podem se alastrar para outros Estados.

(PL)