A deputada federal Professora Marcivânia Flexa (PCdoB-AP) participou na tarde desta sexta-feira (03) de um debate promovido pela Liderança da Minoria na Câmara sobre o futuro da educação em meio à crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

“O grande coordenador da resposta da área de educação durante a pandemia devia ser o MEC. Devia estar, por exemplo, realizando uma pesquisa sobre o ensino remoto nos estados com pais, alunos, professores, secretários. É preciso saber se se está fazendo de conta ou se se está tentando salvar o ano letivo. E nada pode ser descartado. Precisamos abrir possibilidade inclusive do cancelamento do ano letivo para alguns segmentos. Isso traz problemas? Traz. Precisamos discutir como resolvê-los”, afirmou, pontuando que não está defendendo cancelamentos, mas reforçando que tudo precisa estar em debate.

Marcivânia também destacou que é preciso planejar, pois não há resposta para pandemia no médio prazo. “Parece que nada está sendo pensado para o ano que vem”, denunciou.

“Neste contexto, todos estão perdendo. E quem está perdendo mais são as pessoas que menos podem. Não podemos deixar nunca que a educação seja instrumento de aprofundamento da igualdade social”, afirmou.

Com 25 anos de experiência em salas de aula de escolas públicas, Marcivânia reafirmou seu entusiasmo com a educação como ferramenta para melhorar a sociedade brasileira e demonstrou grave preocupação com a falta de respostas à altura dos desafios impostos pela pandemia. Ela lembrou que mesmo antes da pandemia já estava claro que o governo Bolsonaro escolheu a educação e seus profissionais como inimigos.

“O coronavírus impõe um problema novo. Eu digo que problemas grandes não tem uma única solução. Como professora, na minha opinião não existe uma solução que atenda a todos os segmentos da educação. Para criança é uma alternativa, para o adulto é outra. Temos, por exemplo, no ensino superior, talvez, mais facilidade para trabalhar com ferramentas de educação à distância do que um aluno da educação infantil ou do ensino fundamental. É preciso considerar toda a diversidade”, explicou, lembrando que as diferenças não se limitam a escolas públicas e particulares, mas há também diferenças entre elas e regionais.

Também participaram do debate a professora titular da Unirio, Malvina Tuttman; o professor da faculdade de Educação da USP, Daniel Cara; o presidente da UNE, Iago Montalvão; e a deputadas Professora Rosa Neide (PT-MT). Outros temas em debate foram a agenda legislativa para a educação, o aprendizado de crianças com necessidades especiais na pandemia e o Enem.