Deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA) | Foto: divulgação

O líder do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) na Câmara, deputado Márcio Jerry (MA), rebateu as alegações feitas em uma matéria publicada pelo UOL TAB nesta quinta-feira (29), que acusa o PT e o PCdoB de utilizarem verbas destinadas à Ciência e Tecnologia para criar um “BNDES paralelo”. Segundo a reportagem (https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2024/08/29/pt-e-pcdob-criam-bndes-paralelo-com-verba-de-ciencia-e-tecnologia.htm), assinada por Natália Portinari, recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), estatal ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, estariam sendo usados para conceder empréstimos a empresas de diferentes setores, com juros subsidiados.

A matéria destaca que a Finep tem oferecido taxas de juros significativamente mais baixas do que as praticadas pelo mercado, com contratos assinados em 2023 que somam R$ 11,4 bilhões, o maior valor desde 2014. Entre os beneficiados estão grandes empresas como Volkswagen, Taurus e Galvani, cujos projetos são mantidos sob sigilo devido ao caráter estratégico e comercialmente sensível das informações.

Em resposta às acusações, Márcio Jerry esclareceu: “Quem realmente aumentou de forma significativa os investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação foi o governo do presidente Lula, integrado entre outros partidos, pelo PT e PCdoB”. O deputado criticou o título da reportagem, que, segundo ele, busca distorcer a realidade: “O título malandramente partidariza, criado ‘BNDES paralelo’, sugere algo errado onde há uma ação corretíssima superando anos de descaso”.

O parlamentar maranhense também defendeu a política de investimentos do governo Lula, ressaltando que a recomposição do orçamento de Ciência e Tecnologia foi necessária após anos de cortes severos: “O governo Lula tem feito um esforço para recuperar o investimento em áreas estratégicas que foram negligenciadas em gestões anteriores”. O deputado também destacou que os projetos financiados pela Finep são rigorosamente avaliados e aprovados pela diretoria executiva da estatal, sem interferência do ministério.

A Finep, procurada pela reportagem do UOL, também garantiu que qualquer empresa com um projeto de inovação que atenda às condições operacionais pode solicitar financiamento, e que os projetos passam por diversas etapas de avaliação antes de serem aprovados. A estatal negou qualquer interferência política no processo de aprovação dos projetos.

O líder do PCdoB na Câmara reiterou que as ações do governo são transparentes e voltadas para o fortalecimento da inovação no país, e classificou as acusações de criação de um “BNDES paralelo” como uma tentativa de deslegitimar um esforço legítimo de recuperação do investimento público em ciência e tecnologia.

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(BL)