"Não mais bloqueio, o povo é quem mais sofre", na faixa que encabeçou a caminhada pelos EUA

Após quase um mês de caminhada, centenas de ativistas, acadêmicos e sindicalistas cubanos que residem nos EUA e norte-americanos, se concentraram diante da Casa Branca exigindo a suspenção das medidas unilaterais de bloqueio contra Cuba. O ato, dos integrantes do projeto “Puentes de Amor”, conclui uma caminhada de 2 mil quilômetros que durou quase um mês para chegar neste domingo (25) a Washington D.C.

Carlos Lazo, um professor cubano-americano de ensino médio, liderou a caminhada iniciada em Miami. Com bandeiras cubanas, faixas contra o embargo e cubano-americanos entoando “Cuba sim, bloqueio não”, quebrando assim a narrativa do governo Biden de que suas políticas representam os desejos daquela comunidade. Ao final da sua peregrinação que começou no dia 27 de junho, a marcha chegou ao Lincoln Memorial.

Lazo destacou que as sanções norte-americanas são criminosas, especialmente no contexto de uma pandemia, e causam a morte de habitantes da ilha. Ele as classificou como uma violação dos direitos humanos de 11 milhões de cubanos.

Do Lincoln Memorial os participantes da caminhada dirigiram-se às proximidades da Casa Branca, na Praça Lafayette, onde centenas de apoiadores se concentraram. Os oradores exigiram que o presidente Joe Biden cumprisse suas promessas eleitorais de reativar a política de abertura e normalização promovida por Barack Obama, e denunciaram as novas medidas e retórica de agressão de seu governo em últimos dias.

“É ilegal usar a fome como arma de política externa”, denunciou o advogado José Pertierra, veterano analista da relação bilateral com a ilha. “Senhor Presidente Biden, o senhor parece mais ‘Trumpizinho’ do que o vice-presidente que era antes”, e destacou que o atual presidente manteve em vigor as 243 medidas de sanção impostas a Cuba por seu antecessor, na tentativa de agradar os fascistas cubanos da Flórida. “Não se pode entregar a política externa a Miami … e espero que não dê ouvidos ao prefeito de Miami que quer que os Estados Unidos joguem bombas em Cuba”, assinalou.

E finalizou: “Senhor Biden, tire o joelho de nossos pescoços e deixe Cuba respirar”.

A manifestação pelo fim das sanções de Washington contra Cuba teve apoio de várias das personalidades e organizações que, na última sexta-feira, assinaram a carta aberta “Deixe Cuba viver” publicada no jornal The New York Times, exigindo que o presidente dos Estados Unidos levante imediatamente o bloqueio a que a Ilha é submetida e que já dura seis décadas.