Após o fracasso das candidaturas bolsonaristas no primeiro turno das eleições 2020, os olhos se voltam no segundo turno para o desempenho de candidatos que podem representar uma nova cara para a esquerda: mais jovem e não ligada necessariamente ao PT. Conforme matéria publicada sexta-feira (27) pela agência alemã Deutsche Welle, este é o caso de Manuela D’Ávila (PCdoB), de 39 anos, que uniu toda a esquerda contra Sebastião Melo (MDB) no segundo turno em Porto Alegre (RS).

 

Segundo a DW, Manu é uma das “figuras da esquerda não petista” que ganhou projeção nas eleições presidenciais de 2018 e, agora, tenta capitalizar essa vitrine. Naquele pleito, ela retirou sua candidatura à Presidência e aceitou ser vice na chapa de Fernando Haddad (PT). A dupla perdeu para Jair Bolsonaro, mas ainda assim recebeu 47 milhões de votos no segundo turno.

 

No pleito da capital gaúcha, as posições se inverteram. O PT não lançou candidato e indicou o ex-ministro Miguel Rossetto como vice de Manuela. Na última pesquisa Ibope, o direitista Melo aparecia à frente, com 54% dos votos válidos – Manu tem 46%. Na votação de 15 de novembro, a candidata comunista teve 29% dos votos, contra 31% de seu adversário do MDB.

 

Se ganhar, Manuela se tornará a primeira mulher eleita prefeita de Porto Alegre. Além disso, voltará a quebrar a velha alternância entre PDT, PT e MDB no comando da capital gaúcha, que já havia sido estremecida com a vitória de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) em 2016.

 

Nesta eleição, Manuela nacionalizou a disputa, arregimentando apoio de artistas como Caetano Veloso, além de antigos presidenciáveis como Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). Já Melo tem apelado para o sentimento antipetista de segmentos do eleitorado, além de se beneficiar da onda massiva de fake news contra Manu. Seu vice é Ricardo Gomes (DEM), político ligado ao MBL, o movimento que foi um dos principais promotores do golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff.

 

Com informações da Deutsche Welle