Manuela sobre trabalho infantil: retrato do descaso do poder público
A jornalista e ex-deputada do PCdoB, Manuela d’Ávila, comentou, nesta segunda-feira (5), em suas redes sociais, a piora nas condições de vida e o aumento do trabalho infantil das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social frente ao crescimento da miséria e da fome no país e em especial, em Porto Alegre.
Manuela classificou como alarmantes os dados resultantes de levantamento feito pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), de Porto Alegre, de que no ano passado, 334 crianças e adolescentes foram abordados pela primeira vez em situação de trabalho infantil na capital gaúcha. “Em 2019, haviam sido 120, o que significa um aumento de 178,3%. Logo que a pandemia começou no Brasil, levantamos esse debate sobre a volta do trabalho infantil em nossas cidades, pois com a falta de políticas públicas para garantir segurança e renda para as famílias essa já era uma realidade esperada”, destacou Manuela.
Por isso, disse, “reforçamos tanto em nossos encontros e no programa que apresentamos à cidade, a necessidade de programas de renda familiar para garantir que as crianças mais vulneráveis tenham vida digna e a criação de creches e escolas como centrais no combate ao trabalho infantil e à desigualdade. Infelizmente, o que vemos é o retrato do descaso do poder público”.
Manuela enfatizou que “lugar de criança e de adolescente é na escola, não na sinaleira! Seguiremos na luta até que todas crianças e adolescentes tenham comida na mesa, saúde, escola e suas infância e adolescência preservadas”.
Em todo o mundo, conforme estudo feito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), estima-se que o número de crianças em situação de trabalho infantil cresceu 8,4 milhões nos últimos quatro anos, totalizando atualmente cerca de 160 milhões. No Brasil, os números mais atuais, de 2019 revelaram haver ao menos 1,8 milhão de crianças nessa situação, 66% dos quais são negros (pretos ou pardos).
Por Priscila Lobregatte
Com agências