A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d’Ávila, defendeu uma reforma tributária de caráter progressivo para enfrentar a atual crise econômica e combater as desigualdades do país, durante o Fórum Internacional Tributário (FIP), na manhã desta segunda-feira (4), em São Paulo.

Na opinião de Manuela, o atual sistema tributário brasileiro é injusto e agrava as desigualdades sociais. “Se não enfrentarmos isso a partir de uma reforma tributária de caráter progressivo, não conseguiremos sair ou enfrentar a crise da economia garantindo combate às desigualdades que deve ser o centro da agenda política do próximo governo”.

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e área internaManuela destacou que o Brasil vive múltiplas crises, porém, duas centrais.  “A primeira, uma crise política agudizada por um impeachment sem crime de responsabilidade, e a constituição de um governo sem legitimidade”.

“Enfrentamos a greve dos caminhoneiros com uma imensa dificuldade de solucionar, principalmente pela ausência de legitimidade e autoridade de um governo que é construído por fora das bases do pacto democrático”

A pré-candidata explicou que a segunda questão é o que será debatido nestas eleições. “Uma parte considerável dos candidatos buscam mascarar e se posicionar de forma leviana em espaços políticos que não existem diante de uma crise estrutural e tão grave como essa”.

Para Manuela, essa é uma eleição em que o debate central é a profusão de saídas que passe por um projeto nacional de desenvolvimento. “Um projeto antagônico ao projeto executado por Michel Temer que é absolutamente antinacional e de entrega do patrimônio público para a gestão dos outros interesses que não o do nosso povo”.

A pré-candidata destacou que embora o governo Temer seja rechaçado pela maioria da população brasileira, “o seu fantasma ronda o conjunto de outras candidaturas a partir de programas de governo antinacionais”.

“São projetos que priorizam a elite brasileira que sempre foi antinacional e que é veiculada ao capital especulativo. Mesmo setores que eram tradicionalmente vinculados à produção, por causa da nossa nefasta política de juros e câmbio”.

A imagem pode conter: 8 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé e atividades ao ar livre“O debate central é o papel do Estado”. Manuela destacou que as elites brasileiras, por meio da imprensa e do discurso de seus intelectuais, transformam o debate sobre o papel do Estado em apenas sobre o conjunto de políticas sociais.

“Existe um debater anterior que é o papel do Estado na construção e condução de um projeto para o nosso país. Nenhuma economia do mundo sob qualquer regime e de nenhuma nação desenvolvida prescindiu o papel do Estado na condução de seu projeto nacional de desenvolvimento submetido aos interesses de seu povo”.

“Qual país do mundo o estado não é o principal articulador e condutor de seu projeto nacional de desenvolvimento? Estado unidos, Coreia do Sul, Israel, França, Inglaterra, China? Nenhum”.

“Em nosso país, em alguns dos ciclos de desenvolvimento nacional nós alcançamos bons índices econômicos sem os investimentos públicos? Não. Para nós o tema central, embora não seja sempre o mais visível, passa pela recomposição da capacidade de investimento do Estado brasileiro. Essa recomposição pode e deve ser dar a partir de uma reforma tributária de caráter progressivo”, afirmou Manuela d’Ávila.

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