Manuela rechaça Mourão e defende apuração sobre torturas na ditadura
A vice-presidenta nacional do PCdoB, Manuela d’Ávila, rechaçou nesta segunda-feira (18) a postura do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, que ironizou a possibilidade de investigação das torturas ocorridas durante a ditadura militar, novamente comprovadas, agora, por áudios inéditos de sessões do Superior Tribunal Militar (STM) tornados públicos pela jornalista Miriam Leitão neste domingo (17).
“Ao zombar e menosprezar a violência que sequestrou, torturou e assassinou filhos, pais, mães, amores, Mourão violenta novamente aqueles que não sabem onde estão seus pais, mães não sabem onde estão seus filhos, e as vítimas que ainda lidam com os traumas de terem sido torturadas”, declarou Manuela pelas redes sociais.
Enquanto isso, acrescentou, “muitos dos seus algozes seguem vivos e sem terem sido responsabilizados pelos seus atos criminosos. É por isso que nós temos ódio e nojo da ditadura. Nós queremos investigação, verdade e justiça! Para que nunca se repita”. salientou.
Conforme publicado por Miriam Leitão no jornal O Globo, ao todo, são mais de 10 mil horas de gravações às quais o historiador Carlos Fico, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve acesso após recorrer à Justiça. O material foi gravado entre 1975 e 1985 e traz relatos de casos de tortura promovidos por agentes do Estado durante a ditadura militar.
Questionado sobre a necessidade de investigação diante da gravidade do caso e do fato de que comprovarem, mais uma vez, a prática de tortura, Mourão riu e ironizou: “Vai apurar o quê? Os caras já morreram tudo, pô”.
Por Priscila Lobregatte
Com agências