A ex-deputada do PCdoB, Manuela d’Ávila, se manifestou, nesta quarta-feira (28), contra publicação feita pela Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República pelo Dia do Agricultor. A postagem, que acabou sendo apagada das redes sociais do governo horas depois, causou indignação por usar a imagem de um homem armado no campo, numa alusão direta à política armamentista e bélica estimulada pelo governo Bolsonaro.

“Sabiam que no governo Bolsonaro a violência no campo aumentou significativamente? De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, foram registrados 2.054 casos em 2020, o maior número desde 1985”, informou Manuela.

Na sequência, Manuela argumentou: “E justo hoje, no Dia do Agricultor, a Secom da Presidência resolveu homenagear as milícias rurais. Mais do que nunca, precisamos reforçar a luta em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras do campo. Por que se o agricultor não planta, a cidade não almoça. Viva o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a luta dos agricultores!”.

Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil dobrou o número de armas entre 2017 e 2020, saltando de 637.972 registros para 1.279.491. Além disso, o número de pedidos de registros para caçadores, atiradores desportivos e colecionadores junto ao Exército aumentou 43,3% entre 2019 e 2020. Desde a entrada em vigor de medidas viabilizadas pelo governo Bolsonaro, foram registradas 186.071 armas novas por civis, um aumento de 97,1%.

Por Priscila Lobregatte