Com a posse dos parlamentares eleitos no último pleito, de maioria conservadora, e a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e do Senado assinaladas para esta sexta-feira (1º/2), a data prometia ser de muito conflito, porém, a atitude de parceiros do mesmo campo político foi o que abalizou o dia.

Indignada com a atitude do PT e do Psol que tentaram a todo custo rejeitar a incorporação do Partido Pátria Livre (PPL) ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que assegurava à legenda comunista a permanência enquanto bancada na Câmara dos Deputados, a ex-deputada Manuela d’Ávila desabafou nas redes sociais. “A prática é o critério da verdade. E da Unidade”, publicou.

Para ela, a retaliação de aliados há mais de 30 anos foi muito grave, pois poderia acarretar a legenda comunista vários entraves para a sua sobrevivência enquanto partido político. Ainda segundo Manuela, tudo isso, porque o PCdoB não se aliou ao mesmo bloco que os outros partidos. “O Psol e o PT tentaram impedir, a partir de uma manobra regimental, a fusão do PCdoB com PPL, mecanismo legal que construímos para SUPERAR A CLÁUSULA DE BARREIRA e seguirmos existindo legalmente. Ou seja, uma eleição da Câmara que não estivemos juntos e nossos aliados há mais de 30 anos tentaram nos colocar na semi-legalidade!!!!!”, frisou.

Manuela recordou a retirada da candidatura do PCdoB à Presidência da República em 2018 para se aliar ao PT, enquanto vice de Fernando Haddad que tinha os mesmos percentuais de intenções de voto que ela no início do processo eleitoral em nome da “unidade da esquerda” e quanto isso poderia ter afetado a eleição de mais parlamentares do PCdoB.

“NÓS, que retiramos a minha candidatura à presidência para compor uma chapa quando tínhamos 3% nas pesquisas, os mesmos 3% de Haddad. E sabemos o quanto isso afetou nossa eleição de parlamentares!!!! NÓs, que fomos para rua, mesmo com a invisibilidade machista imposta a mim na TV Porque afinal “as fake news eram grandes” e eu prejudicava a chapa porque as pessoas acreditavam nas mentiras”.

Ressaltou ainda quanto o PCdoB defende a importância da liderança e liberdade do ex-presidente Lula. “Nós que, ao contrário de tantos somos defensores de Lula e de sua liberdade em todos os momentos”.

Manuela explicou que mesmo com a unidade do campo da esquerda em um bloco para a eleição na Câmara, os 130 votos dos deputados “jamais chegariam”  ao segundo turno ou derrotaria o candidato que reunia maior acúmulo de apoios. Frente a isso, disse Manuela, a candidatura do [nosso campo] “serviria para demarcar, para alegrar, para discursar por uns dias mas não havia chance de vitória. Claro, sempre defendi que DEVERÍAMOS ter esgotado as conversas entre nós em primeiro lugar. Mas vejam bem, isso tudo acabou. E pela votação se percebe como muita gente discursava inflamado mas não garantiu o voto no segredo da urna, né?”.

Por fim, Manuela defendeu, em nome do povo brasileiro, a unidade, a amplitude e a luta para derrotar as pautas de retrocesso que devem permear o Congresso Nacional nos próximos anos. “O povo brasileiro precisa da nossa luta comum e da nossa unidade. Não soltem as mãos que SEMPRE – e não só de vez em quando – estão na luta.”

Abaixo a íntegra de sua publicação: