Ao participar de debate na manhã desta segunda-feira (18), na Academia Brasileira de Ciências (ABC), no Rio de Janeiro, a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d’Ávila denunciou que o Brasil vive um desmonte do sistema de ciência e tecnologia e de cortes de investimentos na área.

Manuela enfatizou que esse retrocesso na área de ciência, tecnologia e inovação no Brasil, acontece enquanto outras nações investem massivamente na área, com o objetivo de melhorar a vida de seu povo. “Como pensar em um projeto de desenvolvimento num país que compete internacionalmente com outras nações que investem 2,5% do PIB em ciência, tecnologia e inovação – ou que pretendem chegar lá. Como é o caso da China, Coreia do Sul, Alemanha e Japão. Enquanto o Brasil não chega a 1%”.

Ele destacou o papel das universidades públicas para o desenvolvimento da ciência e tecnologia. “As universidades públicas são espaço de produção de ciência do nosso país e não há caminho para nos desenvolvermos, garantir salário melhores aos trabalhadores e que o nosso povo viva com mais dignidade se não tivermos esses espaços que produzem ciência vinculados também ao setor produtivo”, defendeu.

A pré-candidata destacou a pesquisa do Datafolha, divulgada neste domingo (17), que mostra que 62% dos jovens de 16 a 24 anos deixariam o Brasil, se tivesse oportunidade. Para ela, esse dado é reflexo da realidade de empobrecimento veloz da população e da destruição do Estado brasileiro. “No ápice do avanço da ciência e da tecnologia no mundo, o Brasil tem 1,2 milhão de lares em que as pessoas são obrigadas a usar fogão a lenha por não terem dinheiro para comprar gás”, lamentou.

Para Manuela, é preciso fazer com que a economia seja vista como instrumento de desenvolvimento para gerar e distribuir riqueza e combater a desigualdade em benefício do nosso povo.

“Para o PCdoB a reflexão sobre o desenvolvimento não é apenas sobre o crescimento da economia, mas como o crescimento da economia pode garantir a diminuição das desigualdades, num país como o nosso. Para mim, a ideia de um projeto nacional de desenvolvimento é um debate sobre a construção de um caminho próprio para o Brasil se desenvolver”, disse.

A pré-candidata do PCdoB também destacou a necessidade que haja uma profunda reforma do Estado para que o Brasil seja competitivo.

“Acho que o próximo governo para nos tirar desse lugar que estamos, necessariamente deverá fazer mudanças estruturais. Para mim, o próximo ciclo que o Brasil viverá será um ciclo de reformas. O nosso debate é se será reformas que desenvolverão o Brasil ou se serão as chamadas contrarreformas”.

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em péManuela enfatizou que a sua pré-candidatura tem como proposta debater qual é a base que pode unir o povo em torno de um projeto de nação. “Nós acreditamos que o momento da eleição é extremamente importante para que o Brasil consagre o debate sobre as saídas para a sua crise econômica e política, portanto para nós, o período eleitoral não é um período de apenas fazer as denúncias que são justas – que representa o impeachment sem crime de responsabilidade, a prisão política do ex-presidente Lula – mas é também um momento de compactuarmos entre nós enquanto povo, quais as saídas que acreditamos serem as saídas para essa crise econômica severa que o Brasil atravessa e que agrava as desigualdades sociais”.

Manuela d’Ávila foi acompanhada pela deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e pelo presidente do partido no estado, João Batista Lemos. Durante a atividade, a pré-candidata do PCdoB recebeu o documento elaborado por cientistas com propostas para um plano de Estado em ciência, tecnologia e inovação.

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