A luta e a situação das brasileiras, especialmente sob o governo de Bolsonaro, foram temas de uma série de comentários da vice-presidenta do PCdoB, Manuela d’Ávila, nesta terça-feira (8), via redes sociais. “Oito de março, Dia da Mulher, para nós, é dia de lutas no Brasil e no mundo. Este será, esperamos, o último no governo Bolsonaro, um governo misógino que trouxe muitos retrocessos para as brasileiras”, declarou.

Manuela lembrou das manifestações que reuniram milhares de pessoas — a grande maioria, mulheres — contra Bolsonaro em 2018. “Quando enchemos as ruas com o ‘Ele Não’, denunciávamos que a eleição de Bolsonaro traria uma série de derrotas para o Brasil, para a nosso povo e para vida das mulheres. E, de fato, o presidente misógino implementou políticas que prejudicaram e muito a vida de todas nós”.

A péssima gestão de Bolsonaro, salientou Manuela, “afetou as mulheres de muitas formas. Segundo dados do Dieese, a taxa de desemprego entre as mulheres chegou a 16,8% em 2021, sendo que, para as mulheres negras, essa taxa foi de 19,8%”. E acrescentou: “as mulheres são mais da metade das pessoas desempregadas (8,5 milhões) no país e mais de 30 milhões de lares são chefiados por mulheres. E Bolsonaro excluiu mais de 1,5 milhão de famílias do programa Bolsa Família, um programa em que 92% dos titulares são mulheres”.

A dirigente comunista também destacou que “a saúde das mulheres não importa para esse governo. Sem escrúpulos, Bolsonaro vetou o PL da Dignidade Menstrual, que garante a distribuição de produtos de higiene menstrual a quem mais precisa. Uma medida cruel e injustificável!”.

Outro dado levantado por Manuela para mostrar o descaso de Bolsonaro com as demandas femininas diz respeito aos recursos aplicados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. “Esta é mais uma prova de que o governo Bolsonaro é inimigo das mulheres. Segundo levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos, a alocação de recursos do ministério de Damares Alves, prevista para 2022, é de R$ 43,2 milhões, mais de três vezes menos do que em 2020, quando foi de R$ 132,5 milhões”.

Violência em alta

A violência contra as mulheres é outro dado alarmante e “cresce junto com o discurso de ódio de Bolsonaro e sua turma”, disse Manuela. “E quem são os alvos preferenciais? No Brasil, uma mulher é assassinada a cada 2 horas sendo 66% destas mulheres negras. Somos o país que mais mata mulheres trans e travestis no mundo. Onde seis mulheres lésbicas são estupradas por dia e a violência contra as mulheres com deficiência cresce cada vez mais (só durante a pandemia cresceu 67,9%)”, declarou.

Manuela também ressaltou os ataques às mulheres que atuam na imprensa. “A violência contra jornalistas mulheres também cresceu. Um mapeamento da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) mostra que o Brasil registrou, em 2021, um aumento de 79% no número de ataques contra mulheres jornalistas ou com viés de gênero. Bolsonaro, inclusive, foi responsável por muitos desses ataques”.

Por fim, Manuela enfatizou: “Hoje, sairemos em marcha juntas para lutar pela garantia de emprego, renda, vida digna e de políticas voltadas para as mulheres. Vamos juntas lutar contra a misoginia desse governo! Oito de março é dia de luta! É pela vida das mulheres!”.

 

Por Priscila Lobregatte