A vice-presidenta do PCdoB, Manuela d’Ávila repudiou, no final de semana, pelas redes sociais, as falas misóginas e desumanas do deputado estadual de São Paulo, Arthur do Val (Podemos), líder do MBL conhecido como “Mamãe Falei”, sobre as mulheres ucranianas. Em um dos áudios vazados na sexta-feira (4), ele disse que elas “são fáceis, porque são pobres”.

“Quando o deputado do MBL diz que as mulheres ucranianas são ‘fáceis, por serem pobres’, ele reforça essa violência que não surge com a guerra, mas nela se aprofunda. E não existem justificativas. Não pode ele dizer que acabou largando essa sem querer porque acabou ‘relaxando’”, declarou Manuela.

A dirigente destacou ainda que “essa fala expõe a misoginia e a desumanidade que sempre sustentaram essa turma”. E acrescentou: “A essência dele (e de sua turma) está ali naquele áudio barato: ódio aos pobres e às mulheres, a demagogia de ir a um país em guerra dizendo que leva doações enquanto parece fazer turismo sexual”.

Manuela disse, ainda, que “o áudio misógino do deputado do MBL é nojento. Mas não surpreende aqueles que conhecem a trajetória nefasta do indivíduo e de sua turma”.

Em outra postagem, Manuela tratou da repercussão da fala junto ao candidato à presidência, o juiz Sérgio Moro, companheiro de partido de Arthur do Val: “Me impressiona a cara de pau de pessoas como Moro de dizer que, depois desse episódio, não querem pessoas como ele no palanque. Quando ele perseguia fisicamente pessoas podia?”.

Após a divulgação dos áudios e de forte reação pública repudiando o comportamento de Arthur do Val, 15 parlamentares de São Paulo — entre os quais a deputada Leci Brandão, do PCdoB — assinaram representação encaminhada ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa pedindo a cassação do mandato do deputado.

 

Por Priscila Lobregatte