Manuela defende projeto de desenvolvimento com inclusão das mulheres
A representante da coligação PT-PCdoB, Manuela d’Ávila, defendeu um projeto de desenvolvimento nacional que aponte um caminho de igualdade entre homens e mulheres, em visita ao Armazém do Campo, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira (20).
Para Manuela, a crise pune principalmente as mulheres. Como exemplo, ela citou a Emenda Constitucional 95, que congela os gastos públicos por 20 anos, proposta por Michel Temer. “A Emenda Constitucional 95 atinge ao conjunto da classe trabalhadora, mas sobretudo as mulheres. Já é uma realidade de desigualdade, mas vem a crise e as mulheres são as primeiras a serem punidas”.
“No Brasil, a aliança do golpe é construída entre os neoliberais e os ultraconservadores. E para eles, nós somos uma ameaça. Por isso essa eleição é tão importante para a gente, nós queremos mais mulheres na política. Mas não nos basta. Nós precisamos denunciar um projeto que não nos serve, que é o projeto dessas medidas do Temer e de seus candidatos todos. O nosso problema não é só com o Bolsonaro porque ele é assumidamente machista e misógino, o nosso problema é com todos aqueles que as vezes disfarçam, fazem de conta que são sofisticados com a gente, mas na vida real defendem um estado que nos pune. O estado sempre foi pequeno para as mulheres”, explicou.
Na visão dele, o Estado só existe para tutelar o corpo das mulheres. “Para garantir direitos que nos emancipam nunca existiu esse estado”, frisou.
“Quem é que cuida de filho? Quem trabalha mais? Quem pega menino na escola? Quem fica no posto de saúde com a insuficiência do SUS? As ausências dos estados numa sociedade que todos os cuidados são atribuídos as mulheres é muito mais cruel conosco”, ressaltou.
“Acho que é a eleição de dizer sim, o golpe foi antinacional, antidemocrático e que se consolidou a partir da misoginia do povo brasileiro. O povo legitimou o impeachment porque pensava que a Dilma era uma desiquilibrada, não tinha condições, os argumentos machistas que consolidaram a narrativa desse golpe, mas isso também é o que nos permite hoje fazer um debate muito mais profundo com as mulheres brasileiras sobre um projeto de país, que seja nacional, democrático, feminista. Se as mulheres não fizerem parte não existe projeto de nação”.
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