Manuela D’Ávila: Esquerda tem tudo para ganhar mais uma eleição
“Aos 36 anos de idade e há mais de vinte militando na política, Manuela D´Ávila garante que as esquerdas estão unidas e, por isso, reúnem todas as condições de recuperar a principal cadeira do Palácio do Planalto”, diz a reportagem.
“Com relação à disputa em si, eu acredito que a esquerda brasileira tem plenas chances de chegar ao segundo turno e sair vitoriosa das eleições. Por que? Porque o projeto que é representado por este setor ultraliberal nunca foi vitorioso nas urnas. Eles [os governantes atuais] não submeteram ao crivo popular a proposta da reforma trabalhista, a retirada de direitos sociais do povo brasileiro e não conseguirão submeter. É impossível que o povo faça a opção por esse projeto atrasado e antipopular. Disso surge a possibilidade de nós vencermos a eleição pela quinta vez consecutiva”, afirmou Manuela aos jornalistas.
“O PCdoB realizou em 2017 como realiza a cada 4 anos o seu congresso nacional. O congresso é o momento em que debatemos e atualizamos a nossa política e, nessa ocasião, refletimos e fazemos ajustes sobre o nosso Projeto Nacional de Desenvolvimento, sobretudo ajustes que se dão no novo momento do ciclo político que se abre com o golpe sofrido pela [Presidente] Dilma [Rousseff] e pelo Brasil no ano de 2016. Então, o debate do PCdoB não é em torno de nomes e sim, de um Programa. Basta dizer que, desde 1945, nosso partido não tinha uma candidatura presidencial. Então, há 20 anos, quando me filiei ao PCdoB, não achava que seria justamente eu essa pessoa que iria romper essa tradição de sete décadas do partido fora do grande pleito nacional. Então, primeiro fizemos um debate programático e depois, a militância do nosso partido decidiu, de forma consensual, em congresso realizado em novembro em Brasília, que o meu nome era o mais adequado a levar em frente esse volume de ideias contido no Projeto Nacional de Desenvolvimento do PCdoB”, pontou a pré-candidata na rádio.
Lula
Segundo o jornal, “a deputada lembrou ainda que seu partido sempre esteve engajado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, depois, manteve o compromisso com o PT, apoiando a candidatura de sua sucessora, Dilma Rousseff. Isso, segundo Manuela D´Ávila, acentuou a união das esquerdas que agora se reflete em um compromisso assumido pelos partidos”.
“Acredito que vocês acompanharam o gesto do PT e do PCdoB de manter uma postura unida de apoiar o nome mais competitivo. Porque a eleição no Brasil se dá pela unidade programática dos partidos e pela viabilidade dos nomes escolhidos. Em relação ao PCdoB, nós somos o único partido que, há sete eleições, esteve na Frente Ampla apoiando primeiro a candidatura de Lula e, depois, a de Dilma à Presidência da República. Nós sempre apostamos em saídas mais unitárias. Nós, este ano, realizamos algo inédito que é a nossa unidade programática a partir das fundações partidárias. Ou seja, estabelecemos um programa comum entre Psol, PCdoB, PDT e PT. Isso é algo novo”, justifica Manuela.
“A chapa de Manuela D´Ávila ainda não está totalmente formada já que a escolha do nome para vice ainda não está definida”, aponta a reportagem. Sobre o assunto Manuela comenta: “Nós estamos construindo com estes movimentos que estão se aproximando da nossa candidatura. Estamos conversando com movimentos que têm relações com coletivos de mulheres, com estruturas como a Frente Favela Brasil, com intelectuais e agentes da cultura que estão se organizando em torno da nossa candidatura e das ideias que ela representa.”
Em análise aos jornalistas, “Manuela D´Ávila também opinou sobre os candidatos à Presidência da República, considerados de direita como o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o Ministro da Fazenda Henrique Meirelles (atualmente no PSD), prestes a deixar o cargo para disputar a eleição, além do próprio presidente Michel Temer (PMDB):”
“Seria bom que Michel Temer concorresse porque ele não é muito afeito a eleições. No último pleito que disputou para deputado federal ele não se elegeu, e se tornou Presidente da República sem voto porque ele é um golpe programático e realizou um impeachment [de Dilma Rousseff] sem crime de responsabilidade. Então, eu adoraria vê-lo apostar num debate democrático como é o debate eleitoral porque ele tem demonstrado ser alguém sem compromisso com a democracia. Com relação a Alckmin, Meirelles e Bolsonaro, trata-se de candidatos da base de Temer que representam algo já construído, um projeto ultraliberal de reformas e destruição do estado brasileiro, esse programa entreguista não vinculado ao desenvolvimento nacional, não comprometido com o povo brasileiro e que torna a economia nacional submetida aos interesses dos bancos”, destacou a pré-candidata comunista.
Ouça a entrevista na íntegra: