Manuela D’Ávila defende desenvolvimento do País e dignidade do povo
Construir um novo projeto de desenvolvimento para o País, unindo a retomada do crescimento e da geração de empregos ao respeito aos direitos sociais e à dignidade do povo brasileiro. É o que defende a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, deputada estadual Manuela D´Ávila, do Rio Grande do Sul, que nesta segunda-feira (27) cumpriu em Fortaleza sua primeira agenda oficial em uma capital após o anúncio de sua pré-candidatura.
“Queremos debater qual é o projeto de País, qual é o projeto de desenvolvimento, vinculado com os diretos sociais. Pra nós não há País desenvolvido sem o povo ter dignidade”, destacou Manuela, em concorrida entrevista coletiva na Assembleia Legislativa do Ceará.
“Qual o sonho de Brasil que a gente quer? Eu quero um país desenvolvido, mas não adianta desenvolvimento sem dignidade pra sua gente. Quero um Estado que garanta dignidade pro seu povo. A gente viveu uma ofensiva dizendo que se diminuir o Estado, garante desenvolvimento? Como assim? Que política pública acontece sem o Estado? Que indústria se desenvolve, se historicamente quem investe é o poder público?”, ressaltou.
“Nem se eu tivesse estudado em Sobral, o melhor ensino fundamental do País, conseguiria entender essa equação que alguns defendem, de que diminuindo o Estado se consegue garantir política pública, de segurança, de saúde, de educação”, destacou. “O Estado brasileiro precisa ser maior, pra garantir saúde, educação, segurança pública. Deste tamanho, já não tem”.
Saída para a crise
Questionada sobre qual o diferencial de sua pré-candidatura, Manuela D´Ávila apontou a disposição para construir um projeto de saída da crise, a partir da combinação entre desenvolvimento do País, retomada do emprego e melhorias para o povo.
“Primeiro a nossa pré-candidatura talvez é a que mais nitidamente tem debatido a ideia de que é preciso construir um projeto para País. Mais que nomes nessa eleição, o Brasil precisa ter um projeto de nação, que tenha o Estado como indutor da retomada do crescimento econômico. O tema do tamanho do Estado é um debate que nos interessa”, pontuou.
“Eu quero debater com as mulheres brasileiras, por exemplo, o que elas acham da diminuição do Estado, proposta por alguns candidatos. Debater como é que elas acham que a diminuição do Estado resolveria os problemas delas. Qual o efeito de 20 anos de congelamento de investimentos sociais sobre a vida delas, sobre a saúde, a educação, a segurança”.
O “novo” no debate para 2018
“O novo vai se dar em qual é o caminho pra sair da crise. Tem partidos mais conservadores que apostam que a saída pra crise é a entrega do Brasil ao estrangeiro, do nosso patrimônio, como o pré-sal, e a destruição dos direitos sociais do nosso povo. Nós achamos que o projeto de desenvolvimento e saída da crise tem que ser pros brasileiros e brasileiras, tem que ser pactuado com o nosso povo”, comparou Manuela D´Ávila.
“Um projeto que garanta o nosso desenvolvimento, retomada da nossa indústria, emprego pro nosso povo. Fizemos uma reforma trabalhista inspirada, dizem os que a defendem, na Alemanha. Só que a nossa indústria tá mais parecida com a de Bangladesh”, contrapôs.
“A gente quer fazer o Brasil se encontrar. O Brasil é um sonho intenso, como diz parte do nosso Hino. Nós precisamos fazer o Brasil voltar a ser um sonho intenso pro seu povo. Fazer o povo voltar a acreditar que nosso País tem vocação pra ser muito grande. Enquanto os interesses que estão no centro não forem os interesses nacionais, como acontece sob o comando de Temer, o povo não vai viver de maneira digna”.
Lula, Ciro e uma nova jogadora em campo
Ao meio-dia desta segunda-feira, Manuela D´Ávila foi recebida pelo governador Camilo Santana (PT), no Palácio da Abolição, sede do governo cearense e homenagem ao fato de o Estado ter sido o primeiro a abolir a escravatura.
“Agradecemos ao governador Camilo. Ele é governador pelo Partido dos Trabalhadores, também vai ter seu candidato. Também sabe o papel de um grande amigo meu, que foi meu colega deputado, que é o Ciro, sabe o papel do Ciro pro Ceará e pro Brasil. Mas tem no PCdoB um grande aliado. Então falei pra ele que temos nosso espaço a partir da lealdade no governo, da construção de políticas públicas que fazemos juntos”, relatou Manuela.
A pré-candidata disse não visualizar um cenário com Lula fora da eleição 2018. “Primeiro, ele tem direito de concorrer à eleição. Não está acima da lei, mas também não está abaixo. Não existem provas contra ele. Segundo, a não existência do nome dele nas urnas eletrônicas seria um elemento de agravamento da crise. Então hoje eu não trabalho com a ideia de que ele não possa se candidatar”, justificou.
“O que vejo é que o Brasil precisa, na eleição do ano que vem, construir uma agenda pra sair da crise. E que essa agenda não vai sair só de um partido. Nós, do PCdoB, não queremos ser donos de uma agenda de desenvolvimento pro País sozinhos. Todos aqueles que quiserem se juntar à retomada, à ideia de que o Brasil pode retomar seu crescimento econômico e sair da crise garantindo desenvolvimento social e econômico pro seu povo são nossos parceiros”.
“Bebeto, Romário e… Branco”
“Brinquei com ele (governador Camilo Santana) que na Copa de 94 a gente tinha o Bebeto e o Romário fazendo os gols, mas tinha o Branco, né? Teve uma falta no jogo contra a Holanda, e o Branco veio lá da fronteira do Rio Grande do Sul, do meu colorado, e fez o gol de falta. O que eu quero dizer com isso? É que o jogo, o debate sobre as saídas do Brasil, a eleição como um momento e debate sobre os rumos do País, pode ser jogada com vários jogadores”, enfatizou.
“Não adianta o outro lado ter o time completo, com 11 jogadores, mesmo que sejam medianos, mas acaba sendo melhor do que o nosso time com menos jogadores. A minha candidatura vem pra somar. E pode ajudar o Brasil a sair da crise”.
Campo popular e progressista unido pelo Brasil
Manuela D´Ávila ressaltou que, mesmo com diferentes candidaturas, o campo progressista e popular estará unido em favor do Brasil.
“Isso pode acontecer a partir de um programa no primeiro turno e isso certamente acontecerá num segundo num segundo turno eleitoral. Não existe hipótese de o nosso campo estar dividido. Nosso campo tem responsabilidade com o povo brasileiro. Vejam os nomes que a gente está falando. Se não por mim, que sou a mais nova na disputa, é só a gente falar que é um campo que tem Ciro e Lula. São dois homens de muita responsabilidade com o povo brasileiro. A gente estará junto em algum momento na eleição”.
Políticas para as mulheres e mulheres na política
Após a entrevista coletiva, Manuela D´Ávila participou de seminário sobre prevenção e combate à violência contra a mulher, apresentando experiências da Procuradoria Especial da Mulher do Rio Grande do Sul, dirigida por ela. “Um dos desafios da nossa candidatura é justamente conseguir transformar essas pautas, que muitas vezes ficam no movimento das mulheres, ou nos mandatos legislativos, para uma campanha presidencial”, ressaltou.
A candidata também participou de debate na Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará (Adufc), onde foi recebida pelo professor Ênio Pontes, presidente da entidade. Com auditório lotado e presença do secretário de Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará, Inácio Arruda (PCdoB), do deputado federal Chico Lopes (PCdoB) e do reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Virgílio Araripe o debate transcorreu sobre ciência, tecnologia e inovação.
Na Assembleia Legislativa, a deputada estadual Augusta Brito, procuradora da Mulher da AL-CE, e o deputado estadual Carlos Felipe, ambos do PCdoB, se uniram ao presidente do Comitê Estadual do partido, Luis Carlos Paes, e ao secretário de Cultura de Fortaleza, vereador Evaldo Lima, para acompanhar Manuela na entrevista coletiva. Desde a recepção no aeroporto até o sol pelas ruas de Fortaleza, a pré-candidata sentiu o calor da acolhida do povo cearense, neste início de caminhada rumo a 2018 e à construção de um projeto verdadeiramente popular e progressista para o País.
De Fortaleza, Dalwton Moura