"Queremos discutir o conceito de bairro completo", afirma Manuela. Foto: Marcelo G. Ribeiro/JC

A candidata do PCdoB à Prefeitura de Porto Alegre, Manuela d’Ávila, falou ao Jornal do Comércio sobre sua visão a respeito do Plano Diretor e da necessidade de Porto Alegre ter “bairros completos”, com serviços próximos à população dos bairro, o que depende também da regularização fundiária.

 

Leia a íntegra da matéria:

 

Dos desafios que a futura gestão municipal enfrentará em Porto Alegre, um dos principais será a revisão do Plano Diretor. O plano atual é de 1999 e a primeira revisão entrou em vigor em 2010. Uma nova revisão está em andamento e será concluída no próximo mandato. Para saber que perfil de planejamento urbano teremos nos próximos 10 anos, a coluna perguntou a candidatos e candidatas à prefeitura como pretendem conduzir a revisão e o que esperar do Plano Diretor na sua gestão.

“O Plano Diretor será revisado ouvindo a cidade de forma global, não fragmentada. Queremos discutir o conceito de bairro completo”, defende Manuela D’Ávila (PCdoB). A base dessa proposta é o que ficou conhecido como “cidade de 15 minutos”, modelo segundo o qual uma pessoa não pode levar mais que 15 minutos em deslocamento para acessar serviços públicos. Um dos reflexos mais imediatos dessa medida é a redução do trânsito, já que as pessoas precisarão se locomover menos para chegar ao trabalho ou para algum atendimento.
“Tem que levar mais cidade para as regiões da cidade”, sustenta. Uma das formas de levar infraestrutura – que a candidata define como cidade – até as pessoas é por meio da regularização fundiária “para que o serviço chegue de maneira adequada a quem precisa”.
A candidata acusa a atual gestão de aplicar um modelo inverso a esse “até no que tem que ser territorializado, como saúde e educação”, forçando a população ao deslocamento para acessar esses serviços. “Em momento de crise, em que as pessoas recebem menos (remuneração), a preocupação deve ser em como incrementar o trabalho e diminuir os gastos”.
Manuela afirma que, na sua gestão, a revisão do Plano Diretor vai “retomar o protagonismo das pessoas”. Também nesse ponto a candidata critica o governo Marchezan de “tentar fazer tudo nos meses que restam do governo, deixando registrada sua marca da ausência do diálogo e destruição da história não de um ou outro, mas da cidade”.
(PL)