Manuela: “Dados mostram que violência do Brasil tem cara, cor e idade”
A pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela d’Ávila publicou em suas redes sociais nesta terça-feira (5), comentários sobre o Atlas da Violência 2018, com base em dados do Ministério da Saúde, que mostram que os números de assassinatos de homens e mulheres negros cresceram no Brasil, enquanto, para os brancos cairam. “Esses dados comprovam que a violência do Brasil tem cara, cor e idade”.
“O resultado expresso no Atlas da Violência do Ipea traz não só números alarmantes. Mas nos faz refletir sobre questões que necessitam de estudo e ágil resposta”. De acordo com os dados, o Brasil teve 62.517 pessoas assassinadas em 2016. “Para vocês terem uma ideia, a guerra da Síria teve 49 mil mortos nesse mesmo período”, frisou Manuela.
“Existe um elemento que para mim é revelador. Existem brasileiros que sentem mais medo do que outros, embora, essa sensação tenha uma aparência democrática, ela não é. Ela é fruto dessa estrutura de gênero e raça construída pelo Estado brasileiro. Essa desigualdade é estruturada a partir da questão de gênero e raça”.
Em postagem sobre o assunto, Manuela afirma que “a indiferença pública com o tema cresce no mesmo ritmo em que aumenta a proporção de negros mortos. E isso não é coincidência, é racismo mesmo”, conclui.
“Percebam o seguinte, em 2004, tínhamos 30 negros mortos para cada 100 mil, e 19 brancos para cada 100 mil. Em 2016, temos 40 negros mortos para cada 100 mil, e 16 brancos para cada 100 mil”.
A pré-candidata do PCdoB afirmou que a violência não atinge todos de maneira igual. Manuela também falou sobre o dado que mostra que existe 5.3 mulheres negras mortas para cada 100 mil e 3.1 mulheres brancas para cada 100 mil.
Para isso, ela propõe uma reforma da segurança pública que passe pela inclusão dos homens e das mulheres negras. “Precisa ser uma solução que perceba essas características, que compreenda em que lugar essas pessoas vivem”.
“Existe como a gente debater uma nova política de segurança pública para enfrentar esta realidade sem debater uma nova política de drogas? Na minha interpretação, não. Porque tem uma relação direta com o narcotráfico e com a guerra as drogas”.
Veja aqui dados completos.
Assista na íntegra a fala da pré-candidata do PCdoB à Presidência da República: