Manuela condena ataques misóginos a mulheres jornalistas nas redes
A dura realidade das brasileiras em diversas áreas tem sido pauta constante do trabalho da jornalista e ex-deputada do PCdoB, Manuela d’Ávila. Militante do feminismo emancipacionista e da luta por políticas públicas que combatam o machismo, a misoginia, a violência e as desigualdades, Manuela comentou, pelas redes sociais, nesta terça-feira (23), algumas das questões que marcam negativamente o cotidiano das mulheres.
Manuela destacou que “o machismo e a misoginia atingem as mulheres em todas as esferas. Segundo levantamento feito pela revista AZMina, mulheres jornalistas recebem mais que o dobro de ofensas que colegas homens no Twitter”. E concluiu: “como de costume, os ataques tentam deslegitimar a capacidade intelectual das profissionais para o exercício da profissão e silenciar a imprensa, apontam aspectos físicos das jornalistas para desviar a atenção das pautas abordadas e disseminam informações falsas sobre elas”.
A reportagem citada por Manuela parte de uma investigação de dados feita pela revista AzMina e pelo InternetLab, junto ao Volt Data Lab e ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), com apoio do International Center for Journalists (ICFJ). A partir do acompanhamento de 200 perfis de jornalistas brasileiros na rede social, foram coletadas 7,1 milhões de tuítes com conteúdo ofensivo em 133 perfis de mulheres jornalistas e 67 homens.
A reportagem aponta que “enquanto 8% dos tuítes ofensivos direcionados para os jornalistas homens eram de fato hostis, 17% dos direcionados às jornalistas mulheres eram ataques. Entre os termos mais usados contra elas estão ‘ridícula’, ‘canalha’, ‘louca’, ‘mulherzinha’. A maioria das agressões também sugere que as mulheres são incapazes de interpretar um texto ou cenário político”.
Violência doméstica
Outro aspecto levantado por Manuela diz respeito a pesquisa dos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, apontando que 30% (25,7 milhões) das mulheres já foram ameaçadas de morte por parceiro ou ex e uma em cada seis sofreu tentativa de feminicídio. A maioria delas (57%) declarou ter terminado o relacionamento, enquanto 34% denunciaram à polícia e 12% não tomaram nenhuma atitude.
“Ao menos 49% dos entrevistados afirmam que o momento de maior risco de assassinato da mulher que sofre violência doméstica pelo parceiro é o do rompimento da relação”, completou Manuela, sobre o levantamento. Para ela, é preciso “proteger nossas mulheres e garantir que tenham suporte para que possam sair vivas dos seus relacionamentos”.
Por Priscila Lobregatte
Com agências