A pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, deputada estadual Manuela D’Ávila (RS), concedeu entrevista ao Jornal do Brasil publicada no último sábado (5). A deputada estadual do PCdoB falou sobre a disputa eleitoral para as eleições presidenciais de outubro. Reafirmou que Lula é um preso político e que defende o direito do ex-presidente disputar as eleições. “A sua prisão se dá pela convicção que ele só está preso porque é candidato e que está em primeiro lugar nas pesquisas”. Manuela falou ainda da desigualdade de gênero e que sua candidatura representa um projeto de desenvolvimento para o país.

 “Não acho que vamos nos unir no primeiro turno”

Ao lado da deputada federal, Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, Leonardo Giordano, Manuela diz que considera viável a aliança entre os partidos do campo progressista. “Não acho que vamos nos unir no primeiro turno, só acho que podemos interpretar sinais”.

“O debate da nossa unidade passa pelo PT, pelo Ciro, pelo Boulos (Psol), passa inclusive por um debate que precisamos abrir sobre as posições avançadas que o ex-ministro Joaquim Barbosa apresentou e que são relevantes para o país como na reforma trabalhista e no processo de impeachment de Dilma”, afirma a deputada.

“Temos mais proximidade com o projeto de desenvolvimento do Ciro”

Manuela D’Ávila afirmou também que existe uma aproximação natural e antiga com o partido de Leonel Brizola, que tem como pré-candidato Ciro Gomes, a quem ela considera ‘um homem do nosso mesmo campo político’. Já sobre Joaquim Barbosa, a deputada gaúcha disse que o ex-presidente do STF apresenta posições similares as que foram defendidas pelos partidos de esquerda. Estamos mais aliançados programaticamente. “Temos mais proximidade com o projeto de desenvolvimento do Ciro, essa carga do PCdoB, debate mais desenvolvimentista, o tema da indústria, da soberania. E temos menos identidade com o ex-ministro Joaquim Barbosa, mas ele não está ao lado do Alckmin, ao lado do Bolsonaro, ao lado da Marina, ao lado dos que defendem um conjunto de coisas diametralmente opostas às nossas.”

Sobre o PT, a pré-candidata do PCdoB disse que as articulações com a legenda são antigas e que ainda não há como debater propostas de coligações sem tratar antes da situação da prisão ex-presidente Lula. “As conversas são embrionárias, o que interessa é manter as pontes”.

Usando uma metáfora que o Brasil é um carro que precisa trocar o pneu andando, Manuela disse que “precisamos resolver os nossos problemas que são muito pequenos perto dos problemas que o nosso povo vive com esse governo”.

“Não tem como o Brasil continuar negando a desigualdade entre homens e mulheres e como isso é um empecilho para o desenvolvimento nacional”.

Para Manuela, o tema da corrupção precisa ser enfrentado pela esquerda brasileira para “mostrarmos quem são os verdadeiros corruptos desse país”. Ela questiona: “Não é só com a corrupção dos financiamentos de campanha, mas porque não existe reforma tributária, Quem ganha? Quem são os amigos que financiam as campanhas?”, questiona. Ainda, de acordo com a deputada, a corrupção no Brasil não ocorre só nos apartamentos do ex-ministro Geddel Vieira Lima ou nas malas de rodinha do Rodrigo Rocha Loures, mas também se dá quando “o Estado faz escolhas que garantem que eles continuem lucrando seus milhões de reais com juros que o Brasil”

Manuela D’Ávila: É minha sétima eleição, não sou uma guriazinha

Ao analisar as pesquisas mais recentes, Manuela D’Ávila explica que sua força está entre os eleitores mais jovens, especialmente porque eles são os mais ativos na internet disse a deputada. Manuela, que tem 36 anos, sempre foi considerada uma política jovem, mas faz graça por já não se considerar novidade nesta eleição. A deputada gaúcha acumula dois mandatos em seu estado e outros dois de deputada federal, em Brasília.

Assista a entrevista: