Manuela: ambiente de violência é uma escolha política de Bolsonaro
Em entrevista ao portal UOL nesta quarta-feira (1º), a jornalista e ex-deputada do PCdoB, Manuela d’Ávila, falou sobre o cenário político nacional, as eleições de 2022 e sobre a forma como o presidente Jair Bolsonaro procura atacar e insuflar seus apoiadores a não respeitarem as instituições e a democracia brasileira.
Com relação às manifestações que bolsonaristas estão organizando para o 7 de setembro, Manuela destacou: “Qual o problema do 7 de setembro neste ano? O problema não é que sairemos às ruas no Grito dos Excluídos. O problema não é que, tal qual em outras datas, os apoiadores dele decidiram se encontrar. O problema é que o presidente usa a data para ameaçar as instituições brasileiras, para dar sinais de que, perdendo apoio popular, como tem perdido, não se renderá às instituições e ao sistema eleitoral que o Brasil consagrou desde a Constituição de 1988”.
Ela colocou, ainda, que “esse ambiente de violência é a escolha política de Bolsonaro não apenas para esta data. É sua escolha política até o fim do processo eleitoral”. E completou: “precisamos entender que Bolsonaro arma um discurso para não legitimar o resultado eleitoral já que a sua derrota está se anunciando”.
Manuela também declarou estar “otimista com a perspectiva eleitoral”, com a possibilidade real de derrotar Bolsonaro, mas ao mesmo tempo “muito atenta ao caminho que nos levará à eleição. Do Bolsonaro, espero absolutamente tudo”. Ela lembrou que conviveu com o atual presidente quando ambos eram deputados federais. “Todos sabemos que ele é absolutamente incapaz, inapto, que tem verdadeiros surtos de raiva e faz política a partir disso”, salientou.
Neste sentido, Manuela enfatizou a defesa de um “pacto político que seja maior do que as candidaturas postas”, de maneira que mesmo havendo divergências programáticas entre os que disputarão o pleito, seja possível acordar uma linha em defesa da democracia, que se traduz na frente ampla defendida pelo PCdoB.
Confira a íntegra da entrevista:
Por Priscila Lobregatte