Momento histórico para a luta pela democracia e pelo processo eleitoral contra os ataques de Bolsonaro, o 11 de agosto de 2022 contou com diversos atos pelo país, marcados pela leitura da “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, da Faculdade de Direito da USP, e de outros manifestos de semelhante teor. Milhares de pessoas foram às ruas mostrar que o país não aceitará investidas autoritárias.

Na capital federal, pela manhã, houve ato na Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB). A manifestação contou com a leitura de cartas dos estudantes de Direito, da Faculdade de Direito, da Coalizão em Defesa do Sistema Eleitoral e a da USP.

O manifesto da Faculdade de Direito da UnB destaca a eficiência do sistema de votação brasileiro e salienta que “ao presidente da República cabe manter, defender e cumprir a Constituição, respeitando, entre outros, o princípio da separação e do livre exercício dos poderes; as Forças Armadas se destinam à defesa da Pátria e à garantia dos poderes constitucionais constituídos. Não compete ao ministro da Defesa interferir no processo eleitoral e nem é das Forças Armadas a condução desse processo”.

A carta diz, ainda que são inadmissíveis “os ataques reiterados do chefe do Poder Executivo ao TSE e ao sistema eletrônico de votação, com apoio de integrantes das Forças Armadas; são intoleráveis as ofensas pessoais às autoridades do Poder Judiciário, fomentando a descrença da população na lisura do processo e colocando em risco a própria realização das eleições”.

Outro ato está marcado para ocorrer durante a tarde no Congresso Nacional.

Universidades unidas

Ato na PUC-RJ. Foto: Twitter/Jandira Feghali

 

No Rio de Janeiro, universidades fizeram atos pela manhã. As manifestações aconteceram na Uerj, UFF, UFRJ, PUC e outros atos estão marcados para o período da tarde na Candelária e na UniRio.

Ao fazer uso da palavra, o reitor da Uerj, Mario Sergio Carneiro, declarou, sobre o processo eleitoral brasileiro: “Não tem sentido, passados todos esses anos, quando o sistema só tem evoluído, a gente ter qualquer questionamento em relação às urnas eletrônicas”.

Capitais pela democracia 

Ato em Salvador. Mateus Quevedo / MPA Brasil

 

Na capital baiana também houve caminhada pela manhã. A leitura da carta pela democracia em Salvador foi carregada de simbologia. Coube a Diva Santana, irmã de Dinaelza Santana Coqueiro, militante do PCdoB e guerrilheira do Araguaia morta pelo regime militar nos anos 1970, fazer a leitura da carta da USP na Praça da Piedade.

Ato em Maceió. Foto: Divulgação/Sinteal

Maceió (AL) teve caminhada pela manhã, que saiu da Praça do Centenário e percorreu algumas das principais ruas da capital alagoana. O ato se encerrou em frente à sede da OAB, com a leitura da carta da USP e de manifesto assinado assinada por professores da Faculdade de Direito de Alagoas (FDA-Ufal).

Estudantes e militantes dos movimentos sociais também realizaram ato em Teresina (PI) pela manhã, com a leitura da carta e protestos em defesa da educação, saindo da Praça Rio Branco até a Praça da Liberdade.

Outra capital que também fez a leitura da carta foi Campo Grande (MS). A manifestação aconteceu pela manhã na sede do Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública. Ainda estava previsto ato pela manhã em Vitória (ES), na Praça Costa Pereira.

 

Priscila Lobregatte

Com agências