Em ato nas ruas de Chicago, cartaz exige Palestina Livre

No mundo inteiro, a brutal ofensiva israelense contra Gaza, que já matou 126 palestinos, inclusive 31 crianças, e que é o desdobramento da violação dos direitos palestinos em Jerusalém Oriental, onde 10 foram mortos, vem sendo rechaçada nas ruas por manifestantes, que exigem o imediato cessar-fogo, o fim do apartheid de Israel contra os palestinos e uma paz justa.

Como já ocorreu em Nova Iorque, Chicago, Londres, Paris, Viena, Roma, Madri, Barcelona, Bremen, Hanover, Dublin, Cidade do Cabo, Buenos Aires, e em países islâmicos, como a Jordânia, Tunísia, Síria, Líbano, Turquia, Paquistão e Bangladesh.

Neste fim de semana, mais de duas dezenas de atos irão ocorrer na Inglaterra, onde se espera que milhares de pessoas marchem até à embaixada israelense em Londres.

Na terça-feira, logo após o bombardeio de Gaza pela aviação israelense, manifestantes ingleses foram às ruas para condenar a agressão e se concentraram diante da sede do governo, em Downing Street, para exigir que o premier Boris Johnson pare de acobertar a matança, cujo estopim foi a repressão na mesquita de Al Aqsa e a decisão de confiscar casas onde palestinos moram há gerações em Jerusalém Oriental.

Como assinalou um dos líderes da convocação, Lindsey German, da coalizão Stop the War (Pare a Guerra), “Israel se encontra cada vez mais sob repúdio da opinião pública de todo o mundo, que rejeita sua subjugação flagrante e brutal dos palestinos.” No protesto do meio da semana, manifestantes portavam cartazes exigindo uma “Palestina Livre”.

Basta!

Na cidade do Cabo, Mandla Mandela, deputado do Congresso Nacional Africano e neto do líder da libertação de todos os sul-africanos do regime de apartheid, Nelson Mandela, reiterou sua solidariedade ao povo palestino.

“Foi chocante, meus irmãos e irmãs, testemunhar o que está acontecendo em Sheikh Jarrah e também em Al-Aqsa”, disse Mandela. “Não podemos ficar calados”.

Nos Estados Unidos, manifestações ocorreram em Nova Iorque, Chicago, Washington e outras cidades. Milhares de pessoas ouviram na capital dos EUA a primeira deputada palestino-americana, Rashida Tlaib, denunciar a carnificina em curso.

140 entidades e grupos progressistas publicaram carta instando o governo Biden a não coonestar os crimes de guerra do regime Netanyahu. Por sua vez, o ex-pré-candidato presidencial Bernie Sanders, possivelmente o senador mais respeitado do país no momento, em artigo no jornal New York Times exortou Biden a romper com o projeto de Trump para o Oriente Médio.

Nas capitais islâmicas, protestos demonstraram que as ruas continuam do lado do povo palestino. Milhares marcharam depois das orações de sexta-feira em Daca, em Bangladesh contra a “ofensiva bárbara” em Gaza e pediram aos Estados muçulmanos que respondam a uma só voz. Milhares de jordanianos se solidarizaram com os irmãos palestinos, diante da fronteira com Israel, e em Amã. Atos também em Karachi (Paquistão), Ancara (Turquia) e outras capitais islâmicas.

Na França, no final de semana estão marcados protestos em Paris, Bordéus, Brest, Lyon, Marselha, Nantes, Grenoble, Nice, Caen, Estrasburgo e Toulon. Deputados progressistas rechaçaram o anúncio do ministro do Interior de Macron de proibição das manifestações.

Malala

A solidariedade também apareceu de outras direções. Jogadores de alguns dos principais times do mundo se expressaram em defesa dos direitos dos palestinos. E a jovem paquistanesa que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2017, Malala Yousafzai, em vídeo pediu a “proteção dos direitos humanos dos palestinos”.

Em referência à notícia de crianças soterradas pelo bombardeio israelense, ela postou que “uma criança palestina devia estar em uma sala de aula, não em escombros”.

“Depois de décadas de repressão brutal contra os palestinos, não podemos ignorar uma assimetria de poder na brutalidade”, disse Malala, denunciando o “crime contra a humanidade”.