Mais um partido resiste à filiação de Bolsonaro
Mais um partido resiste a filiar Bolsonaro em suas fileiras. Jair Bolsonaro tenta se filiar a uma legenda já existente para concorrer à reeleição ao Palácio do Planalto no ano que vem.
Mas, até agora, não encontrou uma sigla disposta a lhe dar abrigo. O caso mais recente é o do PP, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informa o jornal O Globo.
Em visita ao Piauí no último dia 20, Bolsonaro anunciou que estava de “namoro” com a legenda. Porém, repete-se no partido a mesma resistência que a família presidencial vem encontrando em outras siglas com as quais tem conversado. Bolsonaro já foi filiado ao PP entre 2005 e 2016.
Nos últimos meses, o presidente buscou negociações com líderes de pelo menos sete legendas: PL, Republicanos, PTB, Patriota, PRTB, PP e PSL, último partido ao qual se filiou. Mas encontrou dificuldades pela exigência de querer atuar como o “mandachuva” das agremiações.
A todos eles, Bolsonaro sinalizou que gostaria de ter a liberdade de indicar nomes para comandar os diretórios das agremiações nos Estados, o que lhe daria mais poder para definir estratégias visando ao pleito de 2022.
Recentemente, os boatos apontam como destino da famiglia Bolsonaro o Patriotas.
O discurso adotado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL) e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), é que o presidente deveria abandonar o discurso de se filiar a um partido pequeno.
A interlocutores, Lira e Nogueira alegaram que, entre as razões para preferir Bolsonaro em outro partido, está a opção da legenda por priorizar o uso do dinheiro dos fundos eleitoral e partidário nas eleições para Câmara e Senado, e não em disputas majoritárias.
Apesar da resistência em oferecer a legenda para Bolsonaro, Lira e Ciro Nogueira têm dito que o apoio ao presidente em 2022 está garantido. Porém, avaliam, tornar-se o partido bolsonarista implicaria levar a sigla para um isolamento considerável, caso Lula ou qualquer outro candidato vença a disputa ao Planalto.
O partido esteve na base de sustentação dos governos de Fernando Henrique, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Atualmente, quem dá mais sinais de disposição de abraçar o bolsonarismo é o presidente do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson, condenado pelo STF no escândalo do chamado “mensalão”.
Jefferson tem filiado expoentes da direita como o deputado federal Daniel Silveira e o blogueiro Oswaldo Eustáquio, presos respectivamente por ameaçar ministros do Supremo e pregar golpe contra a democracia